Um dia disseram-se que certas coisas eram para toda a vida. Não acreditei.
Também me tentaram explicar que alguns sentimentos são eternos e que não há motivo para termos medo de nos comprometermos com eles e com o absoluto com que nos absorvem. O meu cepticismo relutante voltou a não ceder.
Quiseram convencer-me que nem tudo pode ser explicado, nem tudo tem uma razão ou um determinado começo. Que certas coisas simplesmente existem, limitam-se a ser assim. Duvidei.
Li algures que a felicidade plena era possível. Dei uma gargalhada desconfiada.
Ouvi dizer que o amor condicional, a completa entrega, a confiança absoluta eram reais. E voltei a hesitar.
Só então percebi que tudo isso existia na minha vida e em todas as suas variadas formas de amor, ele apenas te camuflava a ti, Mãe.
Eterna amiga, fiel companheira. Porque és o meu único porto de abrigo seguro, a única certeza que posso sempre ter, a única presença plena, a única verdade absoluta.
Obrigada por tudo o que és, por tudo o que dás de ti, por tudo de bom que criaste em mim, por tudo o que sou.
Desculpa se apenas te digo estas coisas hoje, desculpa se não esclareço o meu amor por ti tantas vezes como merecerias. Desculpa as palavras de carinho e gratidão que se tornam pleonásticas e a ausência de novas capazes de te descrever.
Porque mais um ano passou, mas o nosso amor continua igual. Hoje e sempre.
Adoro-te, Mãe!