Filipe Rodrigues da Silva
A forma como as autoridades britânicas desmantelaram os ataques terroristas previstos para acontecer entre 10 e 11 de Agosto mostra que o mundo - ou pelo menos parte dele - aprendeu alguma coisa com o 11 de Setembro.
Mas, mesmo sem fazer vítimas, o 11 de Agosto que não aconteceu não deixou de fazer estragos. Paralisou o mundo. Limitou-o. Trouxe de novo o medo. A sensação permanente de que algo pode acontecer. O imprevisível.
Essa é afinal a arma dos terroristas.
A isso o mundo deve responder com a lucidez. A crença no quotidiano que deve continuar. Apostando-se cada vez mais na prevenção e menos na reacção. A expressão bélica ocidental trouxe-lhe um fantasma tremendo: o inimigo interno.
Foram mais uma vez os filhos do Velho Continente a estar no centro do plano que explodiria com pelo menos uma dezena de aeronaves. São ingleses aqueles que estiveram na génese dos ataques de Julho do ano passado. São ingleses os que foram detidos agora. Descendem de pais islâmicos. Mas são fruto de uma sociedade que querem atingir. Morrem por essa vontade de mudar. Numa sociedade que dificilmente faria algo por eles. O inimigo está entre nós. É um fantasma ocidental.
in Diário Digital