Não resisti e tive mesmo de copiar isto para o meu blog. Uma lição de vida, uma atitude a tomar... Um grande beijinho para o autor, o André.
in http://temqueserbom.blogspot.com/
Não resisti e tive mesmo de copiar isto para o meu blog. Uma lição de vida, uma atitude a tomar... Um grande beijinho para o autor, o André.
in http://temqueserbom.blogspot.com/
"Afinal que relação é esta que temos! Que indefinição que me faz sentir amarrado a um nada que é tudo!
Nunca quis sonhar contigo quando fecho os olhos ao adormecer, e isso acontece-me todas as noites... Todas as noites estás entre luzes de cores garridas meia baças para as distinguir, mas muito fortes para me chamarem a atenção para ti que estás no meio delas!
Nunca entendi a maneira como me tocaste e não foste mais do que uma simples passagem, tão ténue... Nem ficámos próximos um do outro naquele dia em que ocupámos o mesmo espaço!
Mas tu insiste em ocupar o meu espaço. Eu não entrei no teu, não consegui... Tentei, mas negaste-me sempre o acesso!
Queria tanto conseguir ler os teus pensamentos, pensar como tu pensas, o que pensas sobre mim... Mas tu não pensas nada sobre mim, apenas me desprezas, me deitas para um qualquer canto da tua memória e sou apenas mais um que esteve no mesmo espaço que tu, e que tu não deixaste entrar no teu espaço.
Mas tu entraste no meu... Eu até podia ter a porta fechada que tu conseguias entrar na mesma! Não pediste autorização, mas eu não te censurei... simplesmente deixei que assim acontecesse porque afinal, era isso que eu queria!
Mas hoje estou desejoso de ter a tua atenção e não consigo! Hoje queria mais do que nunca sentar-me ao teu lado e falar contigo! Hoje, ontem, amanhã... Mas tu não estás próxima de mim, e para falar verdade, nem sequer sei onde estás! Só queria que não fosses verdade... Que nunca tivesses cruzado o meu caminho!
Com tantos espaços num espaço tão grande, tiveste logo que estar no mesmo espaço que eu e ocupar o teu, o meu...
Sai daqui: hoje não quero fechar os olhos porque sei que vais aparecer, e vais ficar a olhar para mim com o teu ar de desprezo.
Daquela vez, nem um olá me disseste... Apenas te despediste! Já não em lembro se foi com uma palavra, um gesto, um olhar, nada... O que interessa é que te despediste de mim sem nunca me teres saudado à chegada.
Quis morrer, mas hoje quero que tu morras. Podes continuar a viver, mas tens de morrer para mim, porque é impossível eu viver se tu não morreres.
Ou se calhar eu ficaria com remorsos... Mas também que é que isso te interessa?
Afinal é "A ti que amo. A mesma que me despreza."!"
Retirado do blog de um amigo, que escreve muitíssimo bem e cuja passagem por lá recomendo: http://pedrocazevedo.blogspot.com/
- "Quem és tu?", perguntou o principezinho. "Tu és bem bonita..."
- "Sou uma raposa", disse a raposa
- "Vem brincar comigo", propôs o principezinho. "Estou tão triste..."
- "Eu não posso brincar contigo", disse a raposa. "Não me cativaram ainda..."
- "Ah! desculpa", disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- "Que quer dizer "cativar"?"
- "Tu não és daqui", disse a raposa. "Que procuras?"
- "Procuro os homens", disse o principezinho. "Que quer dizer "cativar"?"
- "Os homens", disse a raposa, "têm fuzis e caçam. É bem incómodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?"
- "Não", disse o principezinho. "Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?"
- "É uma coisa muito esquecida. Significa "criar laços..." "
- "Criar laços?", questionou o principezinho.
- Exactamente. Tu não és para mim senão um rapaz inteiramente igual a cem mil outros rapazes. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativares, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..."
in Antoine de Saint-Exupéry, O Principezinho
P.S. Já agora passem por http://contosdefadas.blogs.sapo.pt/, um blog apaixonante de onde eu copiei este lindo excerto do Principezinho.
Este é o post nº100... Deve ser motivo de comemoração... Entrei nesta aventura bloguística em Maio do passado ano e tem sido excepcional, surpreendente, refrescante... Porque é um blog meu, em que posso escrever o que me apetecer, certo ou errado, sem ter de prestar justificações. Posso escrever sobre mim, a minha vida, os meus amigos, ou posso simplesmente inventar o que escrevo. Posso opinar relativamente a um tema, copiar a letra de uma música ou transcrever um poema ou um excerto de um livro.... Posso dizer tudo ou não dizer nada... Posso escrever quase todos os dias, ou quase nunca... simplesmente quando me apetece.
É por tudo isto que vale a pena continuar a escrever...
Do mundo dos blogs, cumprimentos a todos os que gostam de ler o meu
Vânia Caldeira
Todo o santo dia Jorge detinha-se na montra diáfana da sua loja preferida. Pousava a mochila e os manuais que lhe auguravam uma escoliose precoce. Seguia-se um cigarro e o Ipod para lá dos limites do suportável. Qualquer coisa entre os Korn e os Marilyn Manson, que os decibéis existem para calar o silêncio da alma. Por fim, repousava os olhos na primeira prenda de Natal que iria ser realmente sua. Dele e apenas dele. Este ano tinha decidido oferecer-se um presente – com notas tão boas e sem faltas injustificadas, bem merecia uma recompensa. Algo de que gostasse realmente. Nada daqueles pijamas, camisolas, cahecóis e gorros de lã grossa com que a família declarava o seu amor incondicional.
Repetiu o ritual matematicamente até à véspera da Consoada. Penou durante um mês, fez uns biscates e poupou na mesada. Afinal, há sacrifícios que valem a pena. Os pais estranharam a princípio a férrea disciplina, mas acabaram por convencer-se de que o filho tinha, finalmente, entrado na linha. Com notas destas, tinha-se-lhe metido algum juízo na cabeça. Devia ser da nova namorada.
Chegou o dia mais aguardado. Um nervoso miudinho enrugava-lhe a testa adolescente e salientava o acne, esse cancro juvenil sem cura nem medicina à vista. Mas Jorge estava feito um homem. Depois de tanto trabalho, com mealheiro próprio e sem calotes, dava provas de autonomia e independência.
- Quanto é?
- São 250 euros.
- Aqui está.
- Sabes como é que funciona?
- Claro. Acha que eu sou algum miúdo?
- Claro que não. Diverte-te.
Guardou o embrulho na mochila com devoção religiosa. Sentia-se o ser humano mais feliz do Mundo e decidiu partilhar o júbilo que lhe transbordava no coração. Antes de se encontrar com a namorada, no parque municipal, ainda ajudou uma jovem mãe, ou talvez mãe jovem, com o seu carrinho de bebé, a descer a escadaria do shopping.
- Olhe que está frio. É melhor tapá-lo.
- Ai, muito obrigado. És muito simpático.
- Obrigado. Feliz Natal.
- Feliz Natal para ti também.
Pais, tios, primos, irmãos, sobrinhos. A mesa farta irá daí a nada a ser tomada de assalto como uma companhia cercada num teatro de guerra. Alinham-se estratégias para chegar ao arroz-doce mais distante. Escondem-se as filhoz debaixo das pilhas de guardanapos. Debulha-se a dose à velocidade da luz não vá o vizinho do lado ser mais ágil com os nervos da boca. São muitos os comensais, e ainda mais as iguarias, mas ninguém quer ficar a perder. Excepto Jorge, que não repete o bacalhau e deixa a meio a fatia de bolo-rei. O primo interrompe-lhe a refeição. E, o que é mil vezes pior, desalinha-lhe a lógica dos pensamentos.
- Então, os teus pais sempre te vão dar a Playstation Z?
- Não sei…
- Isso era mesmo fixe. Tenho ali o Total Combat 4 e podíamos jogar quando eles forem todos para a Missa do Galo.
- Iá, desse ver mesmo fixe – retorquiu com enfado e sem nesga de convicção.
Jorge não presta atenção. Só lhe interessa o presente escondido na gaveta das boxers. Olha para o relógio e conta penosamente todos os segundos.
Faltam dois minutos para a meia-noite. Finalmente, o pai, figura tutelar da família, anuncia solenemente a troca de presentes. Jorge pede servilmente autorização para ir ao quarto buscar uma prenda. São desembrulhadas piadas de caserna, episódios caricatos e memórias festivas com cada um dos pacotes. Risos, trocadilhos e chalaças de barriga cheia. Jorge entra no quarto e abre a gaveta
- Então, Jorge, nunca mais vens? – grita o pai da sala enquanto enche o copo.
- Vou já, é só um bocadinho.
Bang-Bang.
Um som estridente interrompe abruptamente a folia na sala de jantar. Lucinha, a irmã mais nova de Jorge, que tinha ido à casa de banho, entra no quarto e encontra um bilhete a vagar numa poça de sangue. “Feliz Natal”.
E já agora passem por:
Beijinhos
Vânia
Noutro dia passeando por vários blogs, descobri um muito giro e que recomendo:
http://pepitasdechocolate.blogspot.com/
Consultem que vale a pena. Uma rubrica como exemplo: