Para sonhadores... Deixem-se levar... O blog mudou de cores, mas os sonhos são os mesmos...

21
Dez 06

Quando os meus olhos te tocaram
Eu senti que encontrara
A outra metade de mim

Tive medo de acordar
Como se vivesse um sonho
Que não pensei  realizar

E a força do desejo
Faz-me chegar perto de ti

Quando eu te falei em amor
Tu sorriste para mim
E o mundo ficou bem melhor
Quando eu te falei em amor
Nós sentimos os dois
Que o amanhã vem depois
E não no fim

Estas linhas que hoje escrevo
São do livro da memória
Do que eu sinto por ti

E tudo o que tu me dás
É parte da história
Que eu ainda não vivi

E a força do desejo
Faz-me chegar perto de ti

Quando eu te falei em amor
Tu sorriste para mim
E o mundo ficou bem melhor
Quando eu te falei em amor
Nós sentimos os dois
Que o amanhã vem depois
E não no fim (3x)

André Sardet


publicado por Vânia Caldeira às 19:30
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15
Dez 06

"O facto de o amor se encontrar fora da razão é potenciador de charadas notáveis. Em geral, as pessoas continuam a querer perceber o amor, como se fosse plausível tentar questionar o que está fora da lógica e da ciência. A análise aplicada do fenómeno continua a entreter toda a gente - e a sustentar psiquiatras e "cientistas" da auto-ajuda. E nunca há nada para explicar: aquele que ama está fora da lei, da lógica ou do pensamento. É um imbecil à solta. "

Ana Sá Lopes

publicado por Vânia Caldeira às 23:43

03
Out 06

O fascínio da vida pode estar em situações como esta: descobrir, tarde demais, que se ama alguém.
Pode até acontecer com a pessoa que está ao nosso lado neste instante. Por vezes achamos que é um amor morno e sem chama, e que se acabar... tanto faz... mas passado algum tempo podemos vir a descobrir que nada era mais forte e raro do que esse sentimento.

Tarde demais é uma expressão demasiado cruel...
Tarde demais é uma conclusão a que nunca se deveria chegar...
Tarde demais é demasiado longe...


Por isso, não é lá que devemos deixar as nossas descobertas, porque só se vive uma vez, mesmo quando se adia a vida por razão nenhuma, apenas por medo de ser feliz.

publicado por Vânia Caldeira às 23:33
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19
Jul 06

27 de Fevereiro de 2006

Maldita época... Não é que passo a vida a dizer que o detesto e hoje acordei com uma estranha nostalgia... Como tenho saudades do Carnaval... E o pior de tudo: não é de um Carnaval qualquer, até porque, nesse caso, o que não me faltariam eram anos para gozá-lo. Mas o único carnaval em que as boas recordações se sobrepõem à memória das figuras tristes que fiz. è desse que tenho saudades. E o problema é que é exactamenete esse que nunca mais se repetirá!

Tenho saudades da tua doçura nos convites que fizeste - sempre arriscados e originais -, da tua preocupação em levar-me, das conversas a dois durante as travessias no teu carro, das tuas gargalhadas e da forma atabalhoada como procuraste a chave daquele local onde, segundo me contaste, vocês tinham reuniões ou, simplesmente, onde se juntavam. Tenho saudade de todos esses momentos... imagina só, até do teu horrível disfarce. Lembro-me de tudo... e tudo está tão próximo como se estivesse a um dia de distância. Mas não está. E tenho saudades. E estas saudades, e o saber esse carnaval irrepetível, são óptimo pretexto para odiar esta altura do ano. Maldito Carnaval!

publicado por Vânia Caldeira às 14:35
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04
Mai 06

 

sexta-feira, 24 de Setembro de 2004
 
Nunca acreditei muito no Amor, entidade estranha e misteriosa, credível apenas nos grandes romances e histórias de amor. Entidade com poder para glorificar filmes ou vender livros... Fonte divina de inspiração para poetas, nota primeira dos músicos. Nada mais que isso... Pelo menos... até há uns tempos!
Vivemos num tempo em que se perpetuam as relações fúteis, baseadas em rotina, sexo e mentiras, vazias de sentimentos sinceros ou ingénuas intenções. Parecia-me, por isso, impossível, num tempo como o nosso, poder dizer-se que duas pessoas foram feitas uma para a outra ou falar em “almas gémeas”...
“Em busca do tempo perdido”... É isso mesmo!
Há poucos meses conheci um rapaz no Bar da Quinta, verdadeiro exemplar de beleza, simpatia e elegância. Com o passar do tempo percebi que as suas qualidades só podiam aumentar: é bem-disposto, estuda “Línguas e Literaturas Modernas” na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e é muito trabalhador.
André!... O nome flui na minha cabeça como uma torrente de água correndo num só sentido, com uma só força. Por duas vezes esteve na minha mesa, meros acasos ou situações que propiciou. Nesse dia, porém, tudo foi tão diferente...
Ao fim de algumas bebidas oferecidas, perguntou-me serenamente se estava a ler alguma coisa, enquanto fixava o seu atento olhar no meu. Não entendi... Repetiu.
Foi então que me disse que tinha um óptimo livro para me emprestar... Sorriu e foi atender outra mesa.
Cerca de quinze minutos mais tarde, continuo a observar-lhe os movimentos como, aliás, fiz durante toda a noite. O meu olhar segue-o enquanto pega na chave do carro, vendo-o desaparecer na porta, para pouco depois reentrar com o seu sorriso sincero e um livro na mão...
“Em busca do tempo perdido”: falou-me dele noutro dia – parece ser o seu livro favorito... E está agora nas minhas mãos, suportando toda a sua essência, sensibilidade, todo o seu espírito. Lembrou-se de mim... Trouxe-me o seu livro. Parece uma dessas histórias dignas de um romance: não, não estou a sonhar!
Marcel Proust...
Volta a chegar-se à mesa dizendo que tem imenso tempo. Pega no livro (que eu colocara com todo o cuidado, com todo o carinho, ao meu lado num banco), abre certeiramente na página desejada e aponta, terno, um parágrafo. Recomenda-me que o leia e sai, deixando no ar o seu charme e em mim enormes emoções incertas. Página 398... Não esquecerei jamais este número, aquela página, aquele parágrafo... E sobretudo aquilo que ele significa, a forma como foi premeditadamente escolhido e dedicado... a mim!
«E pensar que estraguei anos da minha vida, que desejei morrer, que dediquei o meu maior amor a uma mulher que não me agradava, que não era o meu tipo.»
Agora acredito, talvez ingenuamente, que esse Amor é possível e que se constrói, dia após dia, com gestos, sorrisos, surpresas, ...
Embora ler seja um prazer e um hábito desde pequena, nunca pensei que um livro viesse a ter um significado tão profundo para mim. Hoje sei, depois de uma atenta e especial leitura, que Marcel Proust faz constantes invocações ao poder e à importância da memória enquanto construção de um mundo habitável, enquanto forma única de criação de uma verdadeira humanidade. E percebo. A mesma memória que o autor faz nascer numa personagem ao provar as doces madalenas (que lhe recordam pessoas e situações) vejo espelhada neste livro de capa branca. Ser-me-á impossível, no futuro (mais ou menos distante), dissociar este livro, esta capa, este título ou mesmo o autor, de uma experiência única e inesquecível da minha vida, de um momento fantástico da minha adolescência, de uma pessoa extraordinária que conheci e sobretudo de um nome... que nem sequer aparece no livro: André.
À saída agradeci, meti conversa, descobri variadíssimas coisas da sua vida, o seu número de telemóvel e guardei, como um tesouro, um delicioso beijo, um livro prometedor e um simpático e tímido “Fico à tua espera...”.
Este rapaz anda “em busca do tempo perdido” e, no entanto, na sua companhia, parece inconcebível existir o conceito de “tempo perdido”. Quem não perdeu mais tempo fui eu que me dediquei verdadeiramente à apaixonante leitura daquela irrefragável proposta... Dediquei-me a ler e, claro, a sonhar...
 
Vânia Caldeira
 
sexta-feira, 31 de Dezembro de 2004
 
«...essa angústia que existe em sentir o ser que se ama num lugar de prazer onde não estamos, onde não podemos estar com ele, foi o amor que lha fez conceder, o amor, ao qual essa angústia está de algum modo predestinada, pelo qual será monopolizada, singularizada; mas quando, como comigo aconteceu, ela entrou em nós antes ainda de ele ter aparecido na nossa vida, ela flutua à sua espera, vaga e livre, sem afectação determinada, um dia ao serviço de um sentimento, amanhã de outro, ora de ternura filial, ora da amizade por um colega.»
Marcel Proust
“Em busca do tempo perdido – Do lado de Swann” (p.37)
 
 
sexta-feira, 27 de Maio de 2005
 
Adeus André! Sim, adeus! Escusas de vir com os teus contos de fadas, a tua voz melodiosa ou o teu tom doce... Escusas de tentar novas investidas, de exibir o teu sorriso n.º10, de demonstrar o teu conhecimento... Escusas de vir com lições de vida, com convites inesperados, com propostas tentadoras... Escusas também de tentar fazer-me ciúmes com outras, de me procurares no café ou de tentares fazer-te de vítima... Escusas! Tudo é, por demais, escusado!
Luto, à meses, contra ti e contra mim mesma: contra esta paixão que me cegou, atolou e prendeu!
Via todos os teus defeitos e eles chegaram mesmo a arder-me na pele... mas continuava presa à imagem perfeita e inexistente que para ti eu própria criei!
Tens estado a jogar e a fazer batota! Porque acreditas que, no fim, só tu podes ganhar! Porque sempre foi assim, porque não concebes que seja de outra forma...
Não me deves nada, nunca me prometeste absolutamente nada. No entanto, cada vez que me tento afastar de ti, consciente da enorme distância entre o que és e o que eu te concebi, vens com o teu jeito que enrola e prende.
Mas chega! Há cerca de cinco meses atrás propus-me a esquecer-te... Poucos dias depois oferecias-me, inesperadamente, um CD da Inoportuna. Não me mandas toques nem mensagens nunca, a não ser que me sintas mais distante.
Por isso chega! É uma decisão que me parece definitiva, a derradeira decisão, o último adeus... porque não é uma despedida motivada, como há meses, pela pura razão, pela voz da consciência! É um adeus sentido, magoado e profundo... Sei que não me estou apenas a tentar convencer: sinto que cansei deveras!
Seremos, com prazer, amigos se souberes aceitar que, desta vez, a história escreve-se de outra forma, o jogo termina aqui, tudo aquilo que te dei passo a dá-lo a mim mesma... Amigos sim, se conseguires aceitar que, desta vez, quem ganhou o jogo... fui eu!!!
 
Vânia Caldeira
 
 
sexta-feira, 1 de Julho de 2005
 
Embora ainda me sinta tentada, várias vezes, a perscrutar com o olhar os mais perfeitos recantos do corpo do Pinto, torna-se cada vez mais certo e inevitável a descoberta dos seus irremediáveis e egocêntricos defeitos.
Mas não resisto a pensar... Como tínhamos uma história perfeita.
Tudo, excepto ele, era perfeito na nossa relação e prometia acabar bem. Vivemos uma história digna de um filme ou romance...
Desde o facto de eu, a início, nem sequer reparar nele, os seus idiotas piropos iniciais, a surpresa quando apareceu a trabalhar no bar, o facto de estudar Letras...
Depois foi o livro que trouxe. Tal como o começo das grandes e imprevisíveis histórias de amor! E os momentos de ingénua paixão com expressivos e carinhosos olhares, com toques infantis, com histórias para contar, com mensagens sobre tudo e a toda a hora.
Começaste então a querer cruzar os nossos percursos, ora dizendo, quando eu tinha como destino outro local “Então hoje ficamos por aqui”, ora com convites para sair contigo.
Docemente foste aprisionando o meu olhar no teu...
No Carnaval só tu conseguiste fazer-me sair. Eu, que detesto essa época do ano. Levaste-me à vossa república, àquele espaço secreto e reservado onde o vosso grupo se reúne e disseste-me que fui a única rapariga a ter conhecido tal local.  E continuavas a prender-me, gesto após gesto.
Outra parte bonita do nosso romance: quando apareceste corajosamente no meu café, vindo do trabalho, estranhamente com as calças todas sujas e a t-shirt branca muito limpinha... Acabaste por confessar que a trouxeras de propósito no carro...
Uma única vez... Não mais lá apareceste! Olho uma e outra vez os tubinhos com as inscrições “Bar da Quinta” que me deste... Estão carinhosamente guardados ao lado da minha foto... Olho o livro de Marcel Proust...
André... “Como te lembro... Como me dóis.” Foste a minha prisão, o “ossuário dos séculos e dos sonhos dos homens” donde me libertei.
Tu eras de Letras... Podias ter escrito um final mais bonito na nossa história... Ah, se podias...
publicado por Vânia Caldeira às 20:26
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música: Sei-te de cor (Paulo Gonzo)
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