Estou exausta mas, simultaneamente, bem-disposta. Chegou finalmente ao fim esta dolorosa época de exames que parecia interminável. Não houve Carnaval e não sei o significado da palavra férias...
Quando saí da faculdade hoje já passava das 22h30. Saí estafada, com um sério débito acumulado de horas de sono, toda dorida das horas de espera e, sobretudo, dos nervos que foram crescendo ao longo do dia e bloqueando o meu raciocínio... mas saí aliviada. Com a sensação de dever cumprido, contentíssima com a minha prestação na dita oral e com a nota final.
Apenas lamento que as coisas não tenham corrido tão bem a alguns amigos meus, mas enfim...
Agora posso finalmente ir de férias. Como sempre, e porque vamos exercer a profissão mais nobre do mundo (como uma amiga minha costuma dizer) a palavra "férias" não passa de um lindíssimo eufemismo que gostamos de usar para tornar o nosso mundo mais bonito... afinal, segunda-feira voltamos às aulas.
Agora quero fazer tudo aquilo que não fiz nas últimas semanas devido ao meu período de hibernação crónica que quase me levou à loucura. Deixo definitivamente para trás as circunvoluções, o sistema límbico e o circuito de papez, o tálamo, as meninges, a medula, os nervos e os plexos... chega!
Quero ir ao cinema, sair à noite para beber café, aproveitar os fins de semana, rever os amigos (temporariamente abandonados), alugar filmes, ler todos os livros que conseguir, ver séries até tarde, passear com o meu mano, borga, muita borga...
Quero esquecer durante umas semanas que estou em Medicina e tudo o que isso implica... Quero apenas divertir-me, sem pensar em mais nada...