- "Quem és tu?", perguntou o principezinho. "Tu és bem bonita..."
- "Sou uma raposa", disse a raposa
- "Vem brincar comigo", propôs o principezinho. "Estou tão triste..."
- "Eu não posso brincar contigo", disse a raposa. "Não me cativaram ainda..."
- "Ah! desculpa", disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- "Que quer dizer "cativar"?"
- "Tu não és daqui", disse a raposa. "Que procuras?"
- "Procuro os homens", disse o principezinho. "Que quer dizer "cativar"?"
- "Os homens", disse a raposa, "têm fuzis e caçam. É bem incómodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?"
- "Não", disse o principezinho. "Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?"
- "É uma coisa muito esquecida. Significa "criar laços..." "
- "Criar laços?", questionou o principezinho.
- Exactamente. Tu não és para mim senão um rapaz inteiramente igual a cem mil outros rapazes. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativares, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..."
in Antoine de Saint-Exupéry, O Principezinho
P.S. Já agora passem por http://contosdefadas.blogs.sapo.pt/, um blog apaixonante de onde eu copiei este lindo excerto do Principezinho.