Daqui, deste lugar solitário
agora que aqui não estás
aceno-te...
Aceno-te com estes braços sedentos do teu corpo,
com estas mãos ansiosas
por emoldurar o teu rosto,
por tocar essa tua face...
Formo um beijo nos meus lábios,
estes lábios desejosos de cobrir o calor dos teus.
Um beijo capaz de vencer todas as barreiras,
a do tempo e a do espaço,
e de chegar neste instante a esse lugar.
O meu corpo, esse, permanece...
os meus olhos procuram e não encontram.
As minhas mãos continuam vazias,
vazias de um vazio especial, que enche demasiado.
Esse vazio da saudade.
Que preenche de memórias
mas que asfixia de ausência...
A tua ausência...
Por isso,
recebe nos teus lábios este beijo infinito
beijo que te trará depressa para os meus olhos,
para as minhas mãos, para o meu corpo...
No vazio da saudade,
espero por ti.