Para sonhadores... Deixem-se levar... O blog mudou de cores, mas os sonhos são os mesmos...

26
Jun 08

 

Vou ter saudades tuas... Algumas, muitas, imensas, infinitas e incontornáveis saudades.

Vais, mas não deixas um vazio a meu lado. Não! Deixas comigo este sentimento especial, esta paixão que me nutrirá na tua ausência. Deixas-me muitas certezas. A certeza do que és, do que me dás, do que represento para ti. Deixas-me a confiança que criámos, segura e estável, qual chão que hoje piso. E, sobretudo, deixas-me doces memórias... recordações que percorrerei como um livro, nos momentos em que a saudade apertar: a memória do teu rosto de menino doce, do teu sorriso sincero, das tuas gargalhadas desmedidas, dos teus verdes olhos... Recordarei essas imagens, mas também o toque da tua pele suave, que se alia à tua infinita ternura, a textura do teu cabelo loiro, o calor dos teus braços... Lembrar-me-ei do perfume do teu pescoço, do timbre da tua voz e do sabor da tua boca.

Procurarei enganar essa intolerável saudade com a lembrança feliz dos nossos almoços e passeios, das idas à praia ou ao cinema.

Vais e deixas tudo isto comigo e para mim. Mas tu... o que levas contigo? Não sei que recordações ou que momentos preferes... nem quais irás evocar algures lá, bem longe. Apenas espero que leves na bagagem a certeza de como és especial e único para mim! Porque esquecer-me: sei que não o farás!

Vai e volta depressa... Até ao teu regresso saberei encontrar os teus lábios num beijo da brisa suave, o teu corpo a queimar-me no calor do sol, os teus olhos na frescura da água e o teu sorriso, esse encantador sorriso, procurá-lo-ei no firmamento, algures, entre as demais estrelas deste céu.

publicado por Vânia Caldeira às 11:27
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21
Jun 08

 

Nunca tive qualquer tipo de conflito com as palavras. Pelo contrário, venero-as em devoção extrema pela capacidade infinita que depositam nas minhas mãos. Por vezes, demasiadas vezes, somos levados pela arrogância de afirmar que as palavras são insuficientes para definir alguém, um momento ou uma emoção. Tentamos culpá-las de uma falta exclusivamente nossa. Falta de tempo, paciência, arte ou talento. Sim, porque, na verdade, acontece exactamente o oposto: quando escrevemos uma palavra ela excede-se a si mesmo, ao significado que lhe demos, ultrapassando a barreira do nosso universo para a esfera do leitor, que a poderá interpretar de diversas formas diferentes.

Tempo de voltar à ideia inicial: sempre tive uma óptima relação com as palavras, com as quais estabeleço um diálogo constante, algures, nos recônditos da minha mente. Porém, nem sempre elas saem com a espontaneidade com que deviam... sobretudo no campo delicado e sensível que elas acabam sempre por abordar com inigualável riqueza - o dos sentimentos. Aqui as palavras emergem, ideias e ideias sucedem-se, mas não fluem com facilidade até à estrutura laríngea e não é fácil deixá-las vibrar nas cordas vocais ou dançar nos músculos da língua.

Papel e caneta. Combinação perfeita, harmonia sem igual. Quando a voz é trémula, a vontade de falar hesitante, dêem-me um papel e uma caneta e o milagre acontece. Não, não é preciso esperar, não é preciso "inventar"... Como que por magia, a sinceridade chega-me à ponta dos dedos e surge no papel. Como uma verdade absoluta, como uma certeza que esteve sempre lá, à espera de ser revelada, sem dificuldades, medos ou hesitações. As emoções vêem a luz do dia e perduram no tempo.

Sim, também há vantagens neste processo da escrita. As palavras verbalizadas são, geralmente, mais imaturas, fugazes, frágeis e acabam por ser condenadas ao esquecimento, por essa ampulheta indiferente do tempo. A palavra escrita permanece... no tempo, na memória e vive através do papel. Deve ser por isso que sempre gostei de escrever: fazer perdurar os momentos felizes e as pessoas importantes, revivê-los e relembrá-los mais tarde; procurar aprender com os erros, expiá-los, e a toda a tristeza, no papel. Também deve ser por isso que nunca vivi o habitual dilema de quem escreve: o da "folha em branco". Escrever nunca foi uma obrigação ou um dever, mas sempre um prazer, uma necessidade intrínseca.

Entretanto, e enquanto reservo as palavras mais difíceis, mas também as mais sinceras, apenas ao papel, resta-me a esperança de que os meus amigos e todas as pessoas realmente importantes saibam o que representam na minha vida... e apenas o deduzam dos meus gestos, da minha preocupação com eles ou constante presença. Não esperem que o diga... Mas quem sabe? Talvez o vá escrevendo.

publicado por Vânia Caldeira às 14:45

20
Jun 08

 

Sonhámos...

Com a garra de sempre, com a vontade de vencer, com o talento para ganhar...

Acreditámos até ao fim, até aos últimos 4 minutos, com a esperança inabalável que sempre nos moveu, aquela esperança, a única, capaz de mover o país, capaz de encher de orgulho os portugueses.

Sonhámos, mas assim ditou o nosso fado, que mais uma vez não nos foi muito favorável.

Sonhámos

e agora o sonho acabou!

 

 

Obrigada por nos terem feito sonhar, por nos terem levado a acreditar e, sobretudo, por terem lutado até ao fim!

Apesar da desilusão, continuaremos a acreditar. Hoje e sempre, porque é dessa massa que é feito o povo português!

Obrigada por tudo!

 

Adeus Scolari e até sempre!

 

 

 

publicado por Vânia Caldeira às 11:01

18
Jun 08

 

"Portugal vive grave crise social. Toda a gente sabe isto. Os jornais repetem diariamente os contornos do drama, sucedem-se manifestações e protestos, a oposição orienta nesse sentido as críticas crescentes. Ninguém tem dúvidas de que, em vez das prometidas recuperação e prosperidade, caímos em séria perturbação económica. Mas o que está mesmo a acontecer de novo? Quais os factos concretos que sustentam este clima depressivo? Onde está a tão propalada crise social?

Quem pretender responder séria e serenamente a estas questões encontra obstáculos inesperados. A economia não está em recessão, nem sequer próxima; o crescimento económico abrandou ligeiramente do nível baixo que tem há anos. O desemprego não subiu, nem se prevê que venha a subir muito para lá do nível alto em que permanece há bastante tempo. Mesmo nos preços, em que os rumores dos mercados do petróleo e alimentos prometem terríveis desenvolvimentos, as mudanças são mínimas: a inflação acelerou, mas para níveis aceitáveis e, apesar dos esforços jornalísticos, nunca mais se dá um efeito sério que justifique tanto barulho. De facto, o cenário económico que as instituições respeitáveis traçam para o futuro próximo do nosso país não é catastrófico. Pelo contrário, parece copiado da situação que vivemos há algum tempo.

Nos indicadores sociais, pobreza e desigualdade, o quadro disponível ainda se refere apenas a 2006. Devido à superior complexidade do fenómeno, os números andam atrasados e ninguém arrisca previsões seguras. Mas também aí a situação parece ser de continuidade. A taxa de pobreza em Portugal, calculada segundo as regras da UE, há dez anos que flutua à volta de 20% da população. O último valor publicado, de 2006, até registou uma descida para 18%. Os desenvolvimentos posteriores assinalam uma redução, não um aumento da indigência. Os pobres não têm automóvel e não são muito afectados pelo preço do petróleo. Além disso os empregos não especializados têm grande procura e falta de candidatos. Como entretanto a imigração abrandou e a emigração aumentou, é provável que a referida tendência de redução dos pobres continue após 2006.

(...)

Quer tudo isto dizer que não temos uma crise social? Não. Quer dizer que a crise que sofremos é bastante mais subtil e complexa do que as abordagens comuns asseguram. Existem muitos sinais, não de um agravamento do fundo da escala social, mas de sérias dificuldades nos extractos imediatamente acima. A nossa crise social está na classe média.

Uma parte importante da população portuguesa, que tinha algumas posses e muitas ambições, acreditou nos discursos que os governantes andam a produzir há dez anos. Apostou na educação, comprou casa e carro, endividou-se ao banco. Depois veio o desemprego, doença, trabalho precário, prestações crescentes. Em vez de subir, caiu em grandes dificuldades. Normalmente ainda tem património, a casa hipotecada, carro velho, mas não sabe o que porá no prato esta noite. É uma pobreza envergonhada, desiludida, revoltada. Este é o verdadeiro rosto da nossa crise social.

As políticas contra a pobreza não vão aliviar as dificuldades. Como os responsáveis, que criaram a situação, ainda não a perceberam, conceberão medidas complexas, mas ao lado dos sofrimentos. Alvoroçados, não pelo problema, mas pelo ataque político, proporão programas que calem os críticos, sem resolver o drama."

 

João César das Neves

publicado por Vânia Caldeira às 21:00

16
Jun 08

 

"Every time I´m in you are out

Every time I´m up you are down

Always when I´m gone you´re around

Every time I´m silence you are sound

You hit me with no compromise

when I need the truth you give me lies

Hey there angel in the skies

I come undone when you´re in disguise

I want to show my world to you

so many things that we both can do

So what can I do to make you see me

I just want you to be my lady

 

You are the finest thing that I´ve ever seen girl

Come into these arms cause you´re welcome here

I´ve been waiting in vain for way to long girl

Come into these arms but you´re already here

You are the finest thing that I´ve ever seen

Wooh my Highness I wanna be your love machine

You are the finest thing that I´ve ever seen girl

Come on now lady and please be my queen

 

Every time I´m in you are out

Every time I´m up you are down

Always when I´m gone you´re around

Every time I´m silence you are sound

Baby I´m lost in your shining eyes

when will you come to and realize

That it´s you that I adore

and it´s you I´m craving for

So what can I do to make you see me

I just want you to be my lady

And it´s for sure you got the cure

I´m aking for and it´s making me sore

 

You are the finest thing that I´ve ever seen girl

Come into these arms cause you´re welcome here

I´ve been waiting in vain for way to long girl

Come into these arms but you´re already here"

 

Jamaran

publicado por Vânia Caldeira às 23:33
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13
Jun 08

 

"Se uma memória restou das festinhas e reuniões de familiares da minha infância, foi a divisão sexual entre os convivas: mulheres de um lado, homens do outro.
Não sei se hoje isso ainda acontece.
Sou anti-social ao ponto de não frequentar qualquer evento com mais de 4 pessoas, o que não me credencia a emitir juízos.
Mas era assim que a coisa acontecia naqueles tempos.
Tive uma infância feliz: sempre fui considerado esquisito, estranho e solitário, o que me permitia ficar quieto a observar a paisagem.
Bem, depressa verifiquei que o apartheid sexual ia muito além das diferenças anatómicas.
A fronteira era determinada pelos pontos de vista, atitude e prioridades.
Explico: no lado masculino imperava o embate das comparações e disputas.
"O meu carro é mais potente, a minha televisão é mais moderna, o meu salário é maior, a vista do meu apartamento é melhor, a minha equipe de futebol é mais forte, eu dou 3 por noite" e outras cascatas típicas da macheza latina.
Já no lado oposto, respirava-se outro ar. As opiniões eram quase sempre ligadas ao sentir.
Falava-se de sentimentos, frustrações e recalques com uma falta de cerimónia que me deliciava.
Os maridos preferiam classificar aquele ti-ti-ti como mexerico.
Discordo.
Destas reminiscências infantis veio a minha total e irrestrita Paixão pelas mulheres.
Constatem, é fácil.


Enquanto o homem vem ao mundo completamente cru, as mulheres já chegam com quase metade da lição estudada.
Qualquer menina de 2 ou 3 anos já tem preocupações de ordem prática.
Ela brinca às casinhas e aprende a pôr um pouco de ordem nas coisas.
Ela pede uma bonequinha a quem chama filha e da qual cuida, instintivamente, como qualquer mãe veterana.
Ela fala em namoro mesmo sem ter uma ideia muito clara do que vem a ser isso.
Noutras palavras, ela já nasce a saber. E o que não sabe, intui.
Já com os homens a historia é outra.
Você já viu um menino dessa idade a brincar aos directores?
Já ouviu falar de algum garoto fingindo ir ao banco pagar as contas?
Já presenciou um bando de meninos fingindo estar preocupados com a entrega da declaração do IRS?
Não, nunca viram e nem hão-de ver.
Porque o homem nasce, vive e morre uma existência infanto-juvenil.
O que varia ao longo da vida é o preço dos brinquedos.
Aí reside a maior diferença.
O que para as meninas é treino para a vida, para os meninos é fantasia e competição.
Então a fuga acompanha-os o resto da vida, e não percebem quanto tempo eles perdem com seus medos.
Falo sem o menor pudor.
Sou assim.
Todos os homens são assim.
Em relação ao relacionamento homem/mulher, sempre me considerei um privilegiado.
Sempre consegui ver a beleza física feminina mesmo onde, segundo os critérios estéticos vigentes, ela inexistia.
Porque todas as mulheres são lindas.
Se não no todo, pelo menos em algum detalhe.
É só saber olhar.
Todas têm a sua graça.
E embora contaminado pela irreversível herança genética que me faz idolatrar os ícones da futilidade, sempre me apaixonei perdidamente por todas as incautas que se aproximaram de mim.
Incautas não por serem ingénuas, mas por acreditarem.
Porque todas as mulheres acreditam firmemente na possibilidade do homem ideal.
E esse é o seu único defeito."

 

Texto de Sérgio Gonçalves, redactor da Loducca, publicado no jornal da
agência.

publicado por Vânia Caldeira às 19:44

11
Jun 08

 

Vivemos numa verdadeira república das bananas. A expressão é desprovida de toda e qualquer originalidade, mas não deixa de ter a força da verdade. Deixámos de acreditar em possíveis melhorias... O país está de pernas para o ar, num caos completo, a desordem pública impera, o desrespeito é lei e o governo esconde-se atrás das suas decisões (se chega sequer a tomá-las), enquanto o PSD brinca aos partidos.

Depois de os pescadores terem acreditado que podiam chamar a atenção do governo privando o país do seu peixe, tarefa que se revelou em vão (pelo menos para os que mais precisam), surgiu a vez dos camionistas. Como esperado, o efeito foi claramente superior, obtendo uma enorme amplificação em todos os sectores e condicionando inúmeros serviços. Desde já quero deixar bem claro que não tenho nada contra pescadores ou camionistas e que respeito o seu direito de se manisfestarem, de entrarem em greve e, sobretudo, a coragem para o fazer. Mas existem duas coisas que me incomodam. Por um lado, a linha ténue que parece separar essa coragem, essa suposta luta pela sobrevivência, dos contornos animalescos que delimitam a irracionalidade e a violência. Por outro, o facto alarmante de que os camionistas pararam e, com eles, parou o país.

 

O país, esse, foi mais longe e parou em todos os sentidos. Além dos produtos que jazem em inúmeros camiões parados por essas estradas e esses parques de estacionamento fora, a uma só voz, unidos por uma causa, ou por medo dos que nela acreditam, a ordem pública esvaiu-se sem que ninguém desse por nada e, ainda por cima, sem que ninguém se tivesse queixado.

Os camionistas que não vêem sucesso nessa luta, que não acreditam nela ou que simplesmente precisam de continuar a trabalhar para poder subsistir, perderam o direito à segurança da sua viagem. Levantam-se mais cedo, tentam fazer o percurso durante a noite, procuram trajectos alternativos... Mas quando se cruzam inevitavelmente com os grevistas são demovidos a parar, a juntar-se a uma nobre causa comum. A nobreza perde-se nos gestos violentos e irreflectidos, nas persuasões com recurso à força ou às ameaças. Apedrejamento de camiões (entenda-se, estragar os camiões de colegas apenas porque estes não se querem unir à greve) que, hoje, até se estendeu a um camião de medicamentos, incendiamentos, actos de vandalismo... Onde vamos parar?

Entretanto, ontem, aconteceu mais um aparente motivo de revolta e indignação para os camionistas que, agora, dizem ter ainda mais força para lutar. Surpresa? Para mim não. Um dos grevistas foi atropelado fatalmente e contribuiu para manchar de sangue uma guerra que parece não ter tréguas. Quantos mais terão de morrer para acabarem com isto?

Perante a violação do direito de livre circulação e de qualquer segurança nas estradas, onde está o Estado? Porque é que a polícia não está nos locais de greve há mais tempo? Porque é que a ordem pública e o direito de escolha dos restantes camionistas não têm sido assegurados? Com medo de ser apelidado de "fascista", o governo demorou demasiado tempo a tomar a atitude certa: enviar o Corpo de Intervenção da GNR para a estrada para tentar restabelecer alguma da ordem e dos direitos dos cidadãos.

No governo ninguém comenta, ninguém dá a cara... e, pior que tudo o resto, ninguém parece fazer nada! A manutenção dos serviços mínimos deveria ter sido uma prioridade desde o início, mas só ao fim de alguns dias de greve surgiram reduzidas escoltas policiais para assegurar a passagem de alguns camiões. O abastecimento das grandes superfícies comerciais com os bens essenciais pode estar comprometido, o aeroporto da Portela vê as reservas de combustível a diminuirem dramaticamente e as bombas de gasolina mais parecem portagens em hora de ponta. Sim, porque essa é outra ironia curiosa. O gasóleo e a gasolina estão a ser vendidos a preço de ouro, toda a gente (inclusive os ditos grevistas) se queixa do preço dos combustíveis... mas os senhores camionistas conseguiram tratar de subir loucamente as vendas de combustível, de pôr toda a gente doida à procura de uma bomba onde o gasóleo ainda não tivesse esgotado, uma bomba onde abastecer e mais do que o costume para prevenir, não vá isto continuar nos próximos dias.

Não sei se o Governo tem medo, mas sei que é isso que parece. A oposição, essa, nem vê-la. Mas se surgir para dizer barbaridades acerca dos jovens e do trabalho precário (que pelo que percebi deve ser regra, na opinião da dita senhora) mais vale manter-se calada e aproveitar a sua imunidade a essa precariedade, na sua confortável cadeira da idade, em vez de dar lugar aos jovens que se lançam na política.

Impõem-se medidas urgentes para acabar com o caos que o país se tornou, impõe-se uma resposta do primeiro-ministro aos acontecimentos e novas decisões urgem. Mas também se impõe que os grevistas percebam que estão a atacar os "seus", os outros camionistas que querem prosseguir viagem, e a população em geral que precisa de seguir com a vida.

 

 

Perante todas as más notícias, lá vão os portugueses, habituados a conformarem-se com tudo, colocando a sua esperança apenas no que resta... e que já não é muito. A selecção nacional, claro está. Depois de uma empolgante vitória sobre os turcos, o país volta a unir-se de vermelho e verde em torno dos ecrãs, aproveita para beber umas cervejas porque está calor e para, durante 90 minutos de emoção, sobre o relvado verde e de olhos postos nas esperanças das Quinas, nos passes de mágico do Deco, na enorme vontade do Pepe, na perfeição de Ricardo Carvalho ou até nas atitudes mais individualistas do 7, a nação une-se para acreditar que não estamos sempre condenados ao duro e sofrido final que o fado sempre ditou. Não, pelo menos não no futebol.

Também é fantástico ver o apoio que está montado à selecção portuguesa na Suiça. Pelo menos, é bom saber que os emigrantes apesar de terem abandonado o país e mesmo à distância continuam a acreditar nele. Porque para os que cá ficam... não está fácil!

E, já agora, creio que este poema do grande génio português não poderia ser mais aplicável aos difíceis dias que se vivem:

 

 

"Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

 

Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

 

É a Hora!"

 

Fernando Pessoa, poema "Nevoeiro" in Mensagem

publicado por Vânia Caldeira às 15:00
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04
Jun 08

 

 

Contam-se dois meses, da mesma forma que me poderiam dizer tratar-se de um ano, que creio que acreditaria. A intensidade com que me levas a viver cada momento, a forma genuína como te dás e como fazes soltar o que de melhor reside em mim, a vontade inabalável de estar junto a ti... tudo isso quebrou a verdadeira dimensão do tempo e superou em muito a sua eventual materialização. Deixei de contar dias para contar experiências, sorrisos, palavras, momentos, ...

 

Obrigada por seres especial. Obrigada pelos teus abraços quentes e longos, com sabor a infinito; pelos teus olhares embevecidos e apaixonados; pelas doces palavras de carinho que me sussuras; pela transparência reveladora dos teus olhos, que me relembra a cada instante a verdade e a profundidade dos teus sentimentos sem que digas uma única palavra.

 

Um beijo especial como tu, num dia especial... nosso!

publicado por Vânia Caldeira às 11:46

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