Para sonhadores... Deixem-se levar... O blog mudou de cores, mas os sonhos são os mesmos...

29
Fev 08

 

Há dias em que simplesmente estou feliz. Sim, é verdade, algures no meu mundo há espaços para dias mágicos de felicidade. Alguma causa precipitadora de tal felicidade diagnosticada? Aparentemente não. Mas os sintomas são demasiado óbvios.

Um brilho nos olhos, o sorriso constante e sincero, a boa-disposição de cada movimento, ... Hoje apetece-me apenas dizer sim a tudo, dizer sim aos outros, dizer sim, um enorme sim, a mim mesma.

Hoje quero depositar toda a esperança no que posso, nas minhas capacidades ilimitadas, nas minhas forças criadoras, hoje acredito no mundo e na sua fertilidade.

Talvez porque a festa desta quarta me deixou alegre. Não é preciso estar muita gente (e não estava), basta que estejam simplesmente as pessoas certas.

Hoje acordei e percebi como me posso considerar afortunada e essa é, deveras, a melhor sensação do mundo porque me torna mais poderosa, mais segura de mim mesma, mais confiante, mais genuína e mais entregue a cada pequena coisa que faço.

Seria bom que todos os dias fossem como este. Seria bom que a cada dia eu percebesse a enorme sorte que tenho, como o destino foi generoso comigo: os pais fantásticos que me deu, os verdadeiros amigos com que me brindou e a maravilhosa vida que me deu oportunidade de viver e construir a cada passo. Hoje estou feliz. Mas se todos os dias fossem como o de hoje, provavelmente nunca poderia realmente dar valor a um dia tão magnífico. No fundo, o dia de hoje não seria tão especial. Por isso, ainda bem que existem coisas boas e coisas más, surpresas e decepções, gestos que nos fazem sorrir e atitudes que nos fazem chorar... Ainda bem, pois só assim compreendemos o verdadeiro valor dessa quimera que é a felicidade!

publicado por Vânia Caldeira às 21:01
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14
Fev 08
"I hate the way you talk to me
And the way you cut your hair.
I hate the way you drive my car.
I hate it when you stare.
I hate your big dumb combat boots
And the way you read my mind.
I hate you so much it makes me sick.
It even makes me rhyme.
I hate the way you're always right.
I hate it when you lie.
I hate it when you make me laugh;
Even worse when you make me cry.
I hate it when you're not around
And the fact that you didn't call,
But mostly I hate the way I don't hate you;
Not even close;
Not even a little bit;
Not even at all."
publicado por Vânia Caldeira às 14:51

11
Fev 08

"Aquele era o tempo
Em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam,
E eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acesos.
Marinheiros perdidos em portos distantes,
Em bares escondidos,
Em sonhos gigantes.
E a cidade vazia,
Da cor do asfalto,
E alguém me pedia que cantasse mais alto.

Quem me leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

Aquele era o tempo
Em que as sombras se abriam,
Em que homens negavam
O que outros erguiam.
E eu bebia da vida em goles pequenos,
Tropeçava no riso, abraçava venenos.
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala
Nem a falha no muro.
E alguém me gritava
Com voz de profeta
Que o caminho se faz
Entre o alvo e a seta.

Quem leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

De que serve ter o mapa
Se o fim está traçado,
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado,
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta,
De que servem as palavras
Se a casa está deserta?

Quem me leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?"

Pedro Abrunhosa

 

Mais uma lindíssima letra de Pedro Abrunhosa... Aproveitem e vejam o videoclip que está magnífico...

publicado por Vânia Caldeira às 10:24
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09
Fev 08

 

Não era tão mais fácil se criassem um programa informático com uma enorme base de dados, no qual simplesmente nos identificávamos e ele procedia à pesquisa da pessoa certa para nós. Uma busca de apenas alguns minutos e com uma lista reduzida de resultados. Penso em quantas pessoas "certas" haverão para mim. Não será certamente apenas uma, a não ser que se ceda à redutora e desanimadora teoria das almas-gémeas. Mas nesse caso, bastante mais condenado ao fracasso, onde é que irei encontrar a outra metade da minha laranja? E, sobretudo, como? Pelo país e mundo fora existirão inúmeras pessoas excepcionais que nunca teremos a oportunidade de conhecer, apesar do enorme contributo que a Internet tem dado nesse sentido. Mas só me resta reafirmar: era tão mais fácil com uma pesquisa informática no dito sistema. Com sorte não só nos mostrava os resultados possíveis e o grau de compatibilidade dos possíveis candidatos a princípe de uma história daquelas que terminam com o lendário "e viveram felizes para sempre", como ainda nos dava informações relevantes - como a localização exacta do dito indivíduo e como o procurar e encontrar...

Em vez disso, procuramos toda a vida e, sobretudo, fazemos escolhas... e são essas escolhas que me maçam e atormentam. Como sabemos se fazemos a escolha certa? Podemos sempre achar que pouco importa, que se não acertarmos à primeira, restam-nos muitas outras hipóteses. E claro que isso é absolutamente verdade!

O problema é que, embora nem sempre nos apercebamos disso, as nossas escolhas determinam constantemente a nossa vida, as pessoas que conhecemos, a vida que temos a oportunidade de levar. Escolher é muito mais do que assinalar um boletim de voto ou um exame de cruzes, escolhe ré, neste caso, tomar parte activa na construção da nossa vida, traçar o nosso próprio rumo, decidir, apenas parcialmente, onde é que esse caminho nos irá levar.

Era tão mais fácil usar o tal sistema informático... Até lá, enquanto aguardo mirabolosa criação, procuro reflectir bem as minhas escolhas.

E, entretanto, enquanto por aqui divago... a outra metade da minha laranja deambula por aí algures, em busca da sua alma gémea que, provavelmente, nunca encontrará...

publicado por Vânia Caldeira às 13:53

08
Fev 08

 

Naquela tarde chuvosa, que se parecia compadecer dela, ela chorava... Grossas lágrimas magoadas escorriam pelo seu belo rosto, caíam uma a uma sobre a colcha da cama...

Chorava por amor. Amava-o demais para conseguir pensar noutra coisa. Chegara a um ponto tal, que não era capaz de começar a ler um livro sem que rapidamente as letras deixassem de fazer sentido como um todo, ficassem vazias de significado e apenas a impelissem a flutuar longe daquelas páginas, no seu próprio livro interior, livro de memórias felizes, simultaneamente dolorosas e dóceis... Contemplando a chuva pela janela, recordava cada sorriso dele, cada gargalhada harmoniosa partilhada por ambos, cada gesto de carinho, cada palavra suspirando preocupação e ternura. Lá fora, a chuva...

Perdida nos seus pensamentos, ela perguntava-se como era possível que só ele não visse. Todos os colegas de ambos se apercebiam do clima mútuo que pairava entre os dois, da perfeita hamonia que viviam quando estavam juntos, de como eram felizes um ao lado do outro. Mas só ele parecia não querer ver. E por isso a alma dela estava preenchida de uma chuva interior, que a varria e a deixava nua, vulnerável, dobrada sobre si mesmo e sobre o seu sofrimento. Coisa insignificante, longe da linda rapariga confiante e ambiciosa que outrora fora.

Apesar de ele nunca ter mencionado o assunto (e porque não o teria feito?!), ela sabia que ele tinha namorada. Perante essa enorme dor que a fazia sucumbir, decidiu convencer-se de que era, muito provavelmente, inferior à tal rapariga. A outra seria mais bonita, mais inteligente, mais interessante, mais perfeita. Ele certamente gostava da namorada. Mas essa falsa consciencialização não a tornava imune à dor nem ao sofrimento e as lágrimas impiedosas continuavam a distorcer-lhe a face, tal como a chuva continuava a bater, cada vez com mais força, no vidro molhado da sua janela.

 

 

O que ela não sabia, nem nunca iria saber, é que a alguns quilómetros da casa dela, ele também se sentia miserável. Achava-se desprezado, fizera tudo o que pudera - achava ele - para que ela olhasse para ele, se aproximasse dele e tudo o que conseguira, pensava olhando a dureza da chuva lá fora, era a sua amizade. Era certo que ele tinha namorada, tão certo como o facto de que a monotonia em que o seu namoro o aprisionara não era paixão e muito menos amor: era apenas a força do hábito a impôr-se, um estúpido comodismo a disfarçar o enorme medo da solidão.

Mas estava disposto a terminar o namoro, a acabar tudo para poder ser feliz ao lado dela... só precisava da certeza, de um sinal de que era correspondido... um pequeno gesto, uma palavra... qualquer coisa que lhe desse força para fazer aquilo que ele mais desejava. Não! Ele tinha de a esquecer. Ela era apenas sua amiga e, por mais que isso fosse doloroso, teria de se conformar com essa realidade. Teria de se habituar a vê-la como uma grande amiga, tal como se habituara às repetidas e desinteressantes tardes de domingo no sofá dos seus sogros. Pelo menos, era mais fácil do que romper um namoro de dois anos, ter de explicar o que se passava à namorada e, ainda por cima, enfrentar os pais da mesma, que sempre o trataram tão bem. Tudo isto correndo o risco de levar um "não". Achou que a sua felicidade não valia o esforço...

 

 

Eles não sabiam, nem poderiam saber, que partilhavam os mesmos sentimentos, não sabiam que padeciam dessa mesma dor injustificada, desnecessária... Tudo se resolveria apenas com uma pequena dose de sinceridade. Mas não! Ambos eram demasiado envergonhados para assumirem o que sentiam. Não, na verdade, não era uma questão de vergonha, mas de orgulho! O orgulho que lhes barrava o caminho para a felicidade... por falta de coragem para trepar esse muro, por falta de auto-estima para acreditar que era possível e pelo estúpido medo de ficar só.

Passariam anos, cada um deles construíria com sucesso a sua carreira profissional, formariam família e teriam uma vida estável. A estabilidade que se pinta com os mesmos tons da monotonia e das certezas absolutas. Uma vida igual à de tantas outras pessoas. Um amor, apagado, ou o que resta dele - meras cinzas que já arrefeceram -, um amor murcho mas garantido, tido como certo. Sem riscos, sem medos, sem surpresas...

O que eles não podiam prever, nessa vida supostamente perfeita, é que nunca se esqueceriam. Restaria sempre, em ambos, uma pequena mágoa, um "e se..." sonhador e castrador, que perdera qualquer oportunidade de se concretizar, apenas devido ao medo, à cobardia e ao orgulho.

publicado por Vânia Caldeira às 14:48

07
Fev 08

 

Estou exausta mas, simultaneamente, bem-disposta. Chegou finalmente ao fim esta dolorosa época de exames que parecia interminável. Não houve Carnaval e não sei o significado da palavra férias...

Quando saí da faculdade hoje já passava das 22h30. Saí estafada, com um sério débito acumulado de horas de sono, toda dorida das horas de espera e, sobretudo, dos nervos que foram crescendo ao longo do dia e bloqueando o meu raciocínio... mas saí aliviada. Com a sensação de dever cumprido, contentíssima com a minha prestação na dita oral e com a nota final.

Apenas lamento que as coisas não tenham corrido tão bem a alguns amigos meus, mas enfim...

Agora posso finalmente ir de férias. Como sempre, e porque vamos exercer a profissão mais nobre do mundo (como uma amiga minha costuma dizer) a palavra "férias" não passa de um lindíssimo eufemismo que gostamos de usar para tornar o nosso mundo mais bonito... afinal, segunda-feira voltamos às aulas.

Agora quero fazer tudo aquilo que não fiz nas últimas semanas devido ao meu período de hibernação crónica que quase me levou à loucura. Deixo definitivamente para trás as circunvoluções, o sistema límbico e o circuito de papez, o tálamo, as meninges, a medula, os nervos e os plexos... chega!

Quero ir ao cinema, sair à noite para beber café, aproveitar os fins de semana, rever os amigos (temporariamente abandonados), alugar filmes, ler todos os livros que conseguir, ver séries até tarde, passear com o meu mano, borga, muita borga...

 Quero esquecer durante umas semanas que estou em Medicina e tudo o que isso implica... Quero apenas divertir-me, sem pensar em mais nada...

publicado por Vânia Caldeira às 01:00

03
Fev 08

 

No silêncio da noite escura olhei-te... Lambi com as minhas córneas cada traço do teu rosto, cada pequeno sinal, senti sem tocar o calor que emanava da tua pele. Pesquisei a sua textura, ora suave como a seda, ora espessa, rude e forte. Percorri as linhas bem delineadas do teu tronco, semelhante a um mapa, onde me posso perder ou encontrar.

As tuas pálpebras cerradas, sob a luz do luar que teimava em entrar pela janela, davam-me a tranquilidade de uma eternidade segura, davam-me a possibilidade de te obervar em segredo, de te conhecer profundamente enquanto dormias...

Tinhas um temperamento complicado, sempre tiveste... Ora doce e meigo, atencioso, preocupado, ora domado pela revolta, indignação sem limites, egoísta... Nunca fora fácil estar contigo e, no entanto, eu sempre quisera estar a teu lado, beber desse temperamento. Mas repentinamente tudo mudou...

Ao olhar-te, sob o véu da noite escura, percebi que eras um homem quase perfeito. O homem que muitas mulheres desejariam ter, possuir... Também compreendi o quanto me amavas, do teu modo desajeitado, qual criança que dá os primeiros passos, que começa a caminhar.

Percebi que eras um óptimo homem. Apenas não eras homem para mim.

Talvez a culpa fosse tua, do teu temperamento intempestivo e inconsequente, da tua completa ausência de sonhos a realizar, ideais em que acreditar, do teu egoísmo que me excluía constantemente desse universo só teu.

Talvez a culpa fosse minha, da minha intransigência, da imagem perfeita de um homem que criei e procuro a meu lado. Compreendi que não eras homem para mim.

No silêncio da noite escura, levantei-me com a leveza de uma bailarina, dei-te um último beijo . talvez de pena, talvez de carinho - e saí. Antes de fechar a porta, olhei-te uma última vez. E soube que era para sempre. Eras um homem quase perfeito. Simplesmente o "quase" não era suficiente.

publicado por Vânia Caldeira às 14:57

02
Fev 08

 

E se fôssemos os últimos homens na Terra? Se estivéssemos sós? Provavelmente tudo deixaria de fazer sentido... Começaríamos a falar sozinhos, com os seres inanimados até que, a determinada altura, já só dialogaríamos com a nossa própria loucura.

É nisso que o filme "I am Legend" nos leva a pensar. E não só...

As várias culturas, as várias épocas, as várias histórias criaram diferentes cenários apocalípticos do fim do mundo. Não me recordo de nenhum em que a culpa fosse simplesmente nossa. Animais monstruosos e evoluídos, a queda de meteoritos, uma enorme explosão, causas naturais, ou muitos outros responsáveis... E nunca o mais provável: a espécie humana!

A magnífica ambição humana leva-nos a desejar sempre mais. E grandes feitos se têm realizado movidos por essa força que tudo pode. Muitos têm sido os progressos da ciência, da tecnologia, da medicina... Coisas que muitos nunca pensaram possíveis, desde a ida à Lua, até às curas para inúmeras doenças ou a invenção de diversas máquinas do nosso quotidiano, têm sido concretizadas. Mas quais são os limites do progresso?

Quando se ultrapassam as invisíveis barreiras do permitido podemos destruir, em vez de criar. É isso que acontece no filme. A própria espécie humana, na ambiciosa busca de uma das curas mais ansiadas da actualidade - a do cancro -, acaba por apenas se conseguir destruir a si mesma.

O filme evidencia o quanto necessitamos de uma vida definida por padrões sociais, sustentada nas relações humanas e o quanto a nossa ambição pode ser letal. No fim, sobretudo porque se trata de ficção, a coragem e a determinação do personagem principal acabam por ser recompensados, garantindo a salvação da espécie. Mas e se fosse real?!

Bem conseguido nas suas intersecções temporais, que quebram a monotonia de uma história individual e solitária, este é, sem dúvida, um grande filme. O final é absolutamente extraordinário. De destacar a magnífica interpretação de Will Smith nos seus monólogos de loucura em busca da sobrevivência e de uma cura...

E também a mensagem final, cujos contornos vão muito além do próprio filme: "Iluminem a escuridão" ... com a luz da razão e da esperança.

publicado por Vânia Caldeira às 21:18

01
Fev 08

"Would you know my name
If I saw you in heaven
Will it be the same
If I saw you in heaven
I must be strong, and carry on
Cause I know I don't belong
Here in heaven

Would you hold my hand
If I saw you in heaven
Would you help me stand
If I saw you in heaven
I'll find my way, through night and day
Cause I know I just can't stay
Here in heaven

Time can bring you down
Time can bend your knee
Time can break your heart
Have you begging please
Begging please

Beyond the door
There's peace I'm sure.
And I know there'll be no more...
Tears in heaven

Would you know my name
If I saw you in heaven
Will it be the same
If I saw you in heaven
I must be strong, and carry on
Cause I know I don't belong
Here in heaven

Cause I know I don't belong
Here in heaven."

Eric Clapton

Uma das minhas músicas favoritas...

publicado por Vânia Caldeira às 14:15
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