É tudo uma questão de atitude, pelo menos assim me tento convencer. A velha história: quando olham para a imagem o que vêem? Um copo meio vazio ou meio cheio?
Creio que não há uma resposta certa, mas quanto a esta imagem eu diria: um copo que se continua a encher...
A nossa vida é um pouco como este copo... Nunca está cheia, a não ser que adoptemos um conformismo vago e infeliz, de quem nada deseja ou aspira. No entanto, não me encaixo nesso sofá monótono... Quero viver a vida plenamente e no lote estão sempre incluídos bons e maus momentos. E aprendemos com ambos.
A minha vida não é um copo cheio, nunca será... Haverá sempre qualquer coisa que desejo, uma réstia de aspiração no fundo do copo, que teima em subir, em alcançar o impossível... E o eterno dilema: assim que alcançar essa meta que eu própria defina como impossível, ele deixará de o ser e um novo objectivo ocupará o seu lugar.
Mas o copo também não está vazio, nem nunca estará... Naqueles dias melancólicos, em que nada parece correr bem, procuro lembrar-me da imensa sorte que me ilumina a cada dia. Tenho uns pais extraordinários, amigos dedicados, fiéis e verdadeiros, estou no curso que quero, a fazer o que gosto, a construir o sonho que eu própria tracei... sim, André, posso dizer que sou feliz!
Ainda bem que o meu copo está a meio... A minha vida não é oca, não está vazia de significado nem repleta de solidão, pelo que o copo não está vazio. E ainda bem que não está cheio, caso contrário, o que me restaria para desejar, para ambicionar?
Mas, sobretudo, ainda bem que o meu copo continua a ser preenchido... a cada dia, com pequenos gestos de amizade, indeléveis momentos de carinho, palavras de gratidão, abraços de conforto... e a cada dia eu bebo dessa água sagrada, que me regenera e me transforma hoje e sempre.