Para sonhadores... Deixem-se levar... O blog mudou de cores, mas os sonhos são os mesmos...

01
Set 06

A noite da última quinta-feira de Agosto de 2006 fica marcada pelo regresso da tradicional Corrida de Toiros do Sporting Clube de Portugal, para comemorar o Centenário do Sporting. O ambiente que se viveu foi festivo e não só os aficcionados dos touros acorreram à Monumental Lisboeta mas também um grande número de adeptos leoninos marcaram presença neste memorável evento.

A noite foi marcada pelo verde... Verde das bancadas, o verde dos cavaleiros (belos trajes em tons leoninos), o verde das farpas...

           

 Artisticamente falando o triunfo da noite pertenceu a Luís Rouxinol, que rubricou duas fantásticas lides, vistosas e emocionantes. Na segunda o público rendeu-se por completo ao cavaleiro, aplaudindo-o de pé... Joaquim Bastinhas, o mais "sportinguista" da terna, atingiu os melhores momentos na lide do seu primeiro, numa actuação em que alegrou as bancadas. No segundo touro, alguns ferros fáceis estragaram a exibição. João Moura Caetano, o mais jovem,  voltou ao Campo Pequeno para conseguir bons momentos de toureio, voltando a surpreender pela positiva. À medida que as farpas eram espetadas várias vezes apareceu a bandeira do Sporting nestas. Todos os cavaleiros deram a volta à arena, como manda  atradição, excepto Bastinhas que na sua 2ª lide se reduziu (justamente) à ovação.

       Relativamente às pegas, os Amadores de Montemor consumaram todas as intervenções à primeira tentativa. Já o Aposento da Moita concretizou as suas pegas à primeira, terceira e terceira tentativas. De uma forma geral, foram muitas boas as exibições dos forcados.

Uma grande noite.... Para todos os aficcionados de tourada... para todos os sportinguistas de espéctáculo e festa!

 

publicado por Vânia Caldeira às 16:44
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Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.

Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.

Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
-Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!

Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...

O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.

Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!

Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.

Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!

Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.

Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!

Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.

Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...

Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...

Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.

José Régio

publicado por Vânia Caldeira às 15:45
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17 de Outubro de 2005

"O homem pode ser destruído, mas não derrotado."

Ernest Hemingway

É assim que melancolicamente me sinto. Destruída. Porque me desfizeram os sonhos como se fossem bolas de sabão, escoaçando de uma criança, que alguém cruel destruiu. Como se fossem belas flores vivamente desabrochando que alguém pisou. Como se fossem esperançosas chamas de velas que alguém apagou num sopro forte e indiferente.

"O êxito tem muitos pais, mas o fracasso é órfão."

John F. Kennedy

Não posso dizer que este fracasso foi uma surpresa, porque de certa forma já o esperava.Tal como o não foram os olhares frios e cruéis, os comentários duros e hipócritas... Ao longo deste caminho, durante o meu sonho, sempre senti a constante presença desses olhares ansiando o meu fracasso... E triunfaram. Mesmo que eu queira -  e quero! - erguer a cabeça e seguir em frente... não me deixam, fazem questão de invocar o meu fracasso, tornando-o (parece-me bem!) no seu único triunfo!!!

"É duro cair, mas ainda é pior nunca ter tentado subir."

Roosevelt

A queda foi bastante dura, o chão era inóspito. Mas eu tentei subir alto demais, tentei voar, ir além de todos os meus limites... O que fez grande a queda e tornou maior o fracasso fio a meta ambiciosa e arriscada, os elevados horizontes, a que não só me propus como corajosamente assumi perante tudo e todos:a Medicina. Podia ter escolhido uma montanha menos elevada, um piso mais fácil de trepar, com temperaturas mais amenas.

"Aqueles que vêem em cada desilusão um estímulo para maiores conquistas têm a perspectiva certa da vida."

Goethe

Talvez eu tenha a perspectiva errada da vida, mas não encontro nest atão grande desilusão nada parecido com estímulo. Que conquista maior posso eu alcançar do que aquela que eu queria, que outra me pode dar igual ou maior felicidade? Admito não saber exactamente o que perdi... Até que ponto era a careira que me preencheria? Penso que sim, mas não o posso garantir. Até que ponto não se revelaria uma desilusão...? Não sei e não posso saber. Sei apenas que a Saúde me cativa, os recantos mais íntimos do corpo humano, todos os sistemas, mecanismos, disfunções e os "milagres" ds Medicina. E sei também que uma força íntima me diz que é essa a profissão que me fará feliz, o espaço que me está reservado por Deus e pelo Mundo.

"Um falhado é um homem que cometeu um erro, mas não é capaz de o tranformar em experiência."

Hubbard

Quero transformar este erro, esta falha, esta desilusão em experiência, mas não sei bem como. Porque ninguém me ensinou a perder e muito menos que nos podiam roubar os sonhos.... Ninguém...

"Em todo o fracasso há uma nova oportunidade."

John Rockefeller

E a minha chama-se Letras, uma paixão antiga, um caminho renovado... Sei que irei gostar ou mesmo adorar... Mas também sei que não será a mesma coisa, que sentirei falta da certeza da ciências, da sapiência do mundo que elas nos permitem.

"Algumas quedas são o ponto de partida para situações bem felizes."

Shakespeare

Já fui à Faculdade e não posso negar que estou feliz. Não tanto como poderia estar... Mas, mesmo apesar de todas as adversidades, tenho motivos de alegria: entrei para a Universidade - uma nopva fase da minha vida, não vou ficar com o meu antigo  sonho das Letras inconcretizado, já conheço alguns amigos na Faculadede - o meu querido padrinho Xico...

"Cada fracasso dá ao homem uma lição que ele precisava de aprender."

Charles Dickens

Aprendi que na vida nem tudo é fácil, o trabalho, o esforço e a entrega nem sempre são recompensados e que a desilusão espreita a cada esquina. Aprendi a reconhecer os verdadeiros amigos - os que resistiram firmes a meu lado, me defenderam e me apoiaram independentemente do meu rumo. Conheci o entusiasmante mundo das letras. E resta a esperança de conseguir para o ano realizar esses meus ambicosos objectivos ou quem sabe consolidar o meu futuro na área das Letras...

Vânia Caldeira

 

publicado por Vânia Caldeira às 15:01

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