Para sonhadores... Deixem-se levar... O blog mudou de cores, mas os sonhos são os mesmos...

19
Jul 06

"Sonho, ilusão

A universidade,

Doce é o destino que faz o estudante abraçar

Templo do livro e do copo

Na verdade

Solta-se um travo amargo quando é hora

De a deixar.

Adeus, àminha terra eu vou voltar

Mas hei-de sempre cantar

O hino da Faculdade

Levo a negra capa e batina

Saberei para toda a vida

O que é sentir saudade.

Adeus, à minha terra eu vou voltar

Mas hei-de sempre cantar

O hino da faculdade

Tenho a lua por companheira

Cantarei a noite inteira

Pelas ruas da cidade.

Choram as guitarras

Trovas mudas

Clamam versos rebuscados de um sonhador

Confundi já no meu peito

Mil ternuras

Agora vou embora,

Mas não esqueço o sabor."

Música da INOPORTUNA

Tuna Académica da Faculdade de Letras de Universidade de Lisboa

publicado por Vânia Caldeira às 15:48
sinto-me:

24 de Setembro de 2005

Roubaram-me o meu sonho durante a noite... enquanto sonhava. Nesse instante de evidente fragilidade, de um momento para o outro, deixei irremediavelmente de sonhá-lo. .. Aquele sonho: sonho de uma vida, de uma esperança.

Sinto-me uma peregrina que perscrutou, planeou durante anos o seu caminho, chegando mesmo a iniciá-lo. Escolhi o melhor percurso, não o mais fácil, mas o melhor! Aquele cuja meta fosse, a mais ambicionada, a mais desejada: a realização pessoal, a concretização máxima das minhas potencialidades, a felicidade. Escolhi o caminho, trilhei-o, limpei, levantei e tirei do meu percurso, aos poucos, todos os obstáculos... Mesmo as pedras, os galhos, as ervas... Tornei perfeito esse caminho que escolhi. E entrei nele, invadi os seus domínios, iniciei a minha jornada, seguindo sempre, com feliz rigor, a trajectória que tracei. Certos obstáculos ou acidentes naturais, rios, penedos, vales, montanhas não os pude evitar, mesmo sabendo que eles lá estariam. Outros imprevistos foram inevitáveis surpresas nesta minha longa viagem de três anos. A neve, o calor, a chuva... Tudo enfrentei e nada me derrubou. E de repente, sem saber porquê, cortaram-me a estrada, impediram-me de prosseguir, de avançar no meu percurso, o mais perfeito, o que eu mais queria. E chegou a fase mais dolorosa da minha jornada: o percurso inverso, contrário ao acto de acreditar, um verdadeiro confronto com a realidade, um autêntico roubo dos sonhos, do projecto que eu traçara.

Recuei e voltei ao cruzamento da minha vida, sem rumo... senti-me perdida. Num mero golpe de sorte, entrei, desta vez não escolhi, limitei-me a entrar instintivamente num outro caminho, uma outra estrada. E esta é muito áspera, porque a não conheço, porque não é a mais desejada. è um caminho por desbravar e por conhecer. E, no entanto, vou percorrendo este caminho, tendo como principal obstáculo a minha própia vontade!

"O destino baralha as cartas, mas nós é que fazemos o jogo."

Shakespeare

publicado por Vânia Caldeira às 15:16
sinto-me:

20 de Setembro de 2005

"É frequente encontrarmos o nosso destino nos caminhos que tomámos para o evitar."

Jean de la Fontaine

Acho que, de certa forma foi isso que me aconteceu. Costumo rejeitar com fervor a ideia temerária e absolutista de que o destino está escrito. Não me assustam as linhas que o possam constituir mas a incapacidade do homem de as mudar... Qual seria então o fundamento da nossa vida? Viver unicamente e passivamente o destino que nos foi atribuído é como ser o actor de uma peça que alguém escreveu ou a marioneta controlada por alguém. Que sentido faria a nossa frágil e dissimulada existência?

Coincidência ou não tive exactamente as mesmas notas nos exames nacionais de Biologia e Química: 16,6. E para que esse inexorável destino em que não acredito (ou tento não acreditar!) se cumprisse... não entrei! Não concretizei o sonho que tenho vindo a construit, não pus à prova o projecto que meticulosamente tracei. A minha vida perdeu um pouco de mim mesma, um pouco dela própria. O meu único consolo foi a voz doce e preocupada de quem me deu a notícia... Não me lembro como reagi... inicialmente bem, depois mal. Lembro-me de ter ficado muito contente com a sua entrada em Enfermagem... muito mesmo. Fiquei de rastos o resto da noite... e os dias que se seguiram. Tive óptimos amigos do meu lado! E a eles estarei eternamente grata, independentemente dos diversos caminhos que seguirmos.

Sempre desejei Medicina acima de tudo, mesmo sabendo a luta difícil que teria de travar, contra as notas exigentes, as convenções sociais num país em que os sonhos nos são cruelmente roubados... Mesmo conhecendo a enorme possibilidade de fracassar... tal como aconteceu!

Talveu o meu destino tenha acabado por conseguir apanhar-me... As Letras acabaram por conseguir capturar-me (pois o meu 20 no exame de Português deu-me uma óptima nota de candidatura de 19,05): não, claro, contra a minha vontade. Lembro-me de em pequena dizer que queria ser escritora. Mas hoje as coisas mudaram... continuo a gostar de escrever, embora tenha perdido o enorme interesse de miúda pela escrita de poesia... A prosa dá-me mais liberdade, permite-me muitas mais coisas... Agora gosto apenas de ler poesia: adoro Torga ou Cesário Verde. Apesar de gostar de Letras e de achar que me vou dar, pelo menos, razoavelmente bem nesta área... sei (e esta certeza está bem no meu íntimo, segura de si própria) que não será em Letras que obterei a minha realização. Tenho a absoluta certeza que não... Para já... veremos que água irá correr pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

 

publicado por Vânia Caldeira às 14:51
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"Esta é a minha mulher, Lorraine. Um dia, abri os olhos e não soubem quem ela era...Mas não tardou muito até os abrir na esperança de que ela lá estivesse, pois, apesar de ser uma estranha, sabia que ela me amava."

"Terry" (David James Elliott)

filme "Um homem sem memória"

publicado por Vânia Caldeira às 14:47
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27 de Fevereiro de 2006

Maldita época... Não é que passo a vida a dizer que o detesto e hoje acordei com uma estranha nostalgia... Como tenho saudades do Carnaval... E o pior de tudo: não é de um Carnaval qualquer, até porque, nesse caso, o que não me faltariam eram anos para gozá-lo. Mas o único carnaval em que as boas recordações se sobrepõem à memória das figuras tristes que fiz. è desse que tenho saudades. E o problema é que é exactamenete esse que nunca mais se repetirá!

Tenho saudades da tua doçura nos convites que fizeste - sempre arriscados e originais -, da tua preocupação em levar-me, das conversas a dois durante as travessias no teu carro, das tuas gargalhadas e da forma atabalhoada como procuraste a chave daquele local onde, segundo me contaste, vocês tinham reuniões ou, simplesmente, onde se juntavam. Tenho saudade de todos esses momentos... imagina só, até do teu horrível disfarce. Lembro-me de tudo... e tudo está tão próximo como se estivesse a um dia de distância. Mas não está. E tenho saudades. E estas saudades, e o saber esse carnaval irrepetível, são óptimo pretexto para odiar esta altura do ano. Maldito Carnaval!

publicado por Vânia Caldeira às 14:35
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