Para sonhadores... Deixem-se levar... O blog mudou de cores, mas os sonhos são os mesmos...

22
Ago 08

 

Nélson saltou, carregando com ele as esperanças e expectativas de todos os portugueses. O nosso desejo, a nossa ambição. Um fardo pesado, é certo. Mas Nélson conseguiu levá-lo até à marca dos 17,67 metros. Nesse salto ele teve a força e determinação que faltam ao país.

 

 

Depois levou-nos a passear nas suas costas na volta de honra, enquanto erguia a bandeira nacional num orgulho banhado a lágrimas.

E, por fim, subiu bem alto no pódio. E também aí nos carregou. A nós e à quarta medalha de ouro de que reza a história portuguesa em Jogos Olímpicos. Quando se ouviu tocar o hino português o país esqueceu tudo para se lembrar que, às vezes, os sonhos até valem a pena. Obrigada por nos teres levado a sonhar e, sobretudo, por nos teres feito voltar a acreditar!

Nélson é o novo campeão olímpico do triplo salto! Obrigada e parabéns, Nélson!

 

publicado por Vânia Caldeira às 22:35

19
Ago 08

A menina dos olhos dos portugueses não desiludiu e está de parabéns! Trouxe prata com sabor a ouro, tendo em conta tanto a sua enorme dedicação, como a excelente prova da atleta australiana que se sagrou vencedora. E foi um orgulho e um alívio, tendo em conta a escassez dos resultados lusitanos. A triatleta teve direito ao justo lugar no pódio. Triunfou a enorme ambição de Vanessa. Mas não uma qualquer ambição vazia de conteúdo... Uma ambição sustentada pelos pilares da qualidade, do trabalho, do esforço e dedicação. O orgulho que sempre ostenta em representar as cores do seu país. Ela acreditou que podia estar no pódio e nós também. Uma jovem que teve de abdicar de uma juventude "normal" para se dedicar inteiramente às ferozes exigências da competição. Pela sua desmedida vontade de vencer e por toda a sua dedicação, Vanessa está efectivamente de parabéns! Além disso, ela é uma verdadeira lição de vida para todos nós: um exemplo de perseverança, entrega, confiança e humildade.

Entretanto ontem também valeu a pena permanecer acordada às 3h da manhã para ver o brilhante desempenho do triatleta português Bruno Pais. Particularmente no troço de ciclismo, o Bruno fez uma prova espectacular, conseguindo estar sempre entre os 10, 15 primeiros e nunca largando o pelotão principal. Na corrida ficou um pouco para trás, mas conseguiu manter a mesma posição e a mesma garra ao longo do resto da prova, tendo terminado num excelente lugar: 17ª posição. Está também ele de parabéns.

Naide Gomes foi mais uma desilusão. Era des atletas favoritas para a subida ao pódio nestes Jogos e, mais uma vez, falhou a missão com dois saltos nulos e um inexplicável 6,29... E se nem ela sabe como foi possível esta eliminação, não sou eu que me vou pôr aqui a divagar. Até porque o caso está perdido.

No ténis de mesa há boas notícias com Marco Freitas a tornar-se no primeiro praticante luso a passar uma ronda nos Jogos Olímpicos, após vencer ao egípcio por 4-1.

Resta a esperança em Nélson Évora, ele que se conseguiu apurar com facilidade para a final do triplo salto. E é dos tais atletas que se destaca pela entrega e pela humildade... Merecia um lugar no pódio... Boa sorte, Nélson!

 

 

E, curiosamente, no seu grande dia, Vanessa chamou a atenção para um problema que parece estar a dominar estes Jogos Olímpicos em Pequim: a falta de empenho e o espírito libertino de alguns atletas. E verdade seja dita que têm dado provas disso: foi o caso de Marco Fortes que só mostrou fraqueza e falta de carácter ao afirmar que a prova de lançamento do peso lhe correu mal porque "de manhã só é bom é na caminha". Ou o caso da vergonhosa prestação de Vânia Silva no lançamento do martelo, tendo conseguido dois lançamentos de menos 9 metros do que o seu recorde, e que ainda afirmou: "Não sou feita para este tipo de competições." Este tipo de afirmações e de atitudes não são admissíveis a atletas que vão representar o nome do país. Parece que foram apenas de férias para Pequim, sem vontade, confiança ou ambição. E, sobretudo, sem um mínimo de vergonha na cara!

O velejador Gustavo Lima que poderia estar de parabéns, afinal conquistou um belíssimo 4º lugar na Medal Race (esteve tão perto das medalhas!), acabou por perder algum do brilhantismo. É certo que veio, também ele, alertar para uma situação que, infelizmente, continua a acontecer: a enorme falta de apoios aos atletas portugueses que, obviamente, comparados com os estrangeiros estão em grande desvantagem. Apesar da justiça da sua causa, Gustavo não soube como a defender e fê-lo de um modo muito errado, recorrendo a comparações com Vanessa Fernandes, que tiveram um contorno que eu apostaria poder chamar-se "inveja". É triste que estas intrigas continuem a ser construídas quando é o nome de Portugal que está a ser representado a nível mundial. Mas enfim... Perante tudo isto percebe-se a decisão de se retirar do presidente do Comité Olímpico Português, depois de ter exigido "brio e profissionalismo" aos seus atletas.

Não invejem apenas o sucesso e a medalha da Vanessa, invejem também o enorme trabalho dela. Sigam o exemplo dela: "E nado, pedalo, e corro." E conseguiu! Porque é mesmo boa? Também. Mas porque tem mais entrega e dedicação num único dedo, do que muitos outros em todo o corpo!

publicado por Vânia Caldeira às 18:29
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17
Ago 08

 

Os dias não têm sido particularmente felizes em Pequim... pelo menos para os lusitanos. Depois da desilusão de Telma Monteiro, uma das grandes esperanças do judo, foi a vez de Obikwelu nos deixar de ombros caídos. Porém, e creio que é isso o mais importante, nenhum deles teve uma má prestação, nenhum envergonhou as cores do país que ostentou. Ambos deram tudo, até à última. Ambos acreditaram, como todos nós.

E se analisarmos as tarefas de ambos com maior pormenor podemos questionar a sorte portuguesa. E isso existe? A Telma teve logo de se defrontar com a judoca da casa. E, depois, no duelo frente à espanhola, a outra podia ter sido penalizada por falta de combatividade e não o foi.

Obikwelu teve duplo azar: não só calhou na série com melhores atletas das meias-finais, como nas séries que disputou houve sempre algum colega que se lembrou de cometer uma falsa partida. E, verdade seja dita, Francis teria muitas mais possibilidades de estar na final se não fosse essa falsa partida. A pressão aumentou e o medo de cometer nova falsa partida contribuíram para um arranque castrador que não deu hipóteses ao português. No fim, manteve a humilde atitude de sempre, o enternecedor respeito ao povo português e, infelizmente, aquele olhar triste de quem queria muito mais e de quem merecia muito mais. Devemos lembrar-nos que até o grande Tyson Gay ficou de fora das finais. Obikwelu deixa, sem dúvida, um enorme vazio ao terminar a sua carreira mas, tal como Nuno Delgado, optou por colocar as questões de saúde em primeiro lugar.

Mas se é lamentável que o trabalho dos portugueses em competição não esteja a ser devidamente recompensado, também o é a falta de notícias acerca de muitos artistas do palco de Pequim.

 

 

É o caso da fantástica Jessica Augusto que estreou uma nova modalidade nas Olimpíadas: 3000m com obstáculos, prova que exige resistência e agilidade. Fez uma prova extraordinária e só nos últimos momentos, por um pequeno descuido, não conseguiu ser apurada.

A natação, modalidade muitas vezes deixada para segundo plano, tem-nos contemplado com grandes provas. Tiago Venâncio, Diana Gomes e Pedro Oliveira fizeram boas prestações no Cubo e bateram alguns recordes pessoais. Mas para todos aqueles que vibram com a natação, como é o meu caso, Michael Phelps não pode passar indiferente. E, de repente, algures entre o momento em que ele mergulha naquela piscina e aquele em que toca a mesma em primeiro lugar vemo-nos a torcer por ele, a desejar que vença mais um recorde (mundial ou olímpico, pouco importa). O que é certo é que o "tubarão" de Pequim já fez história ao bater um novo recorde, tendo levado com ele todas as medalhas de ouro que podia: 8 ao todo! E o que tem este menino de português? O extraordinário fato de competição! Já é qualquer coisa...

 

 

Mas também no atletismo, na final dos 100m (da qual Francis foi afastado) deu prazer ver o jovem-sensação do momento e a naturalidade com que bateu todos os adversários: o jamaicano Usain Bolt. Com facilidade e estilo venceu a prova, bateu um novo recorde e deixou a promessa de que continuaremos a ouvir falar dele. Quem o vê correr chega a acreditar que é fácil...

Entretanto a vela silenciosa e discreta, como sempre, vai prometendo bons resultados.

Agora resta esperar que Vanessa Fernandes, Nélson Évora e Naide Gomes sejam capazes de tecer eles próprios a sua sorte e lutar pelos merecidos lugares no pódio olímpico. Que saibam deixar a pressão e as enormes expectativas dos outros de lado, tal como diz a Vanessa no excelente anúncio da Nike. Just do it.

Mas depois de toda esta maré de azar já não sei nada...

Aliás, agora que o Hulk deixou de ser verde e veste azul e branco em campo e que o inesperado aconteceu e a Taça Eusébio não ficou na Luz... já acredito em tudo...

 

 

Felizmente a noite trouxe algumas alegrias com a disputa da Supertaça Cândido de Oliveira. Pelo menos a alguns. No estádio do Algarve aconteceu um grande jogo, com duas grandes equipas que começaram já a mostrar que a nova temporada promete. Foi uma noite brilhante. Com um Yannick (finalmente) determinado e confiante a marcar dois belos golos, com um enorme Rui Patrício, muito seguro, a evitar as grandes oportunidades dos dragões e com um momento de glória quando conseguiu continuar enorme, mesmo perante um também grande Lucho. Foi ainda noite de um cada vez mais determinante Rochemback e de um perfeito e sempre presente Izmailov.

 

 

O Sporting mostrou ter uma verdadeira equipa a todos os níveis, tanto na forma como trocam a bola e parecem estar bastante integrados, como no que se refere ao companheirismo, quando todo o banco se agarrou ao miúdo para festejar os golos ou quando fizeram questão de não esquecer o tão adorado Paulinho no momento do troféu.

 

 

Por fim, foi o pequeno João que se tornou outra vez grande ao erguer em mãos o troféu e, simultaneamente, esboçar o sorriso da definitiva reconciliação com os adeptos. Sim, é verdade: a imagem parece sempre a mesma, mas garanto que não é. Os fotógrafos não têm culpa que o Moutinho passe a vida a erguer taças e até supertaças. Habituem-se!

Mais uma Supertaça, mais uma prova de que o Porto não tem de ser a melhor equipa. Basta que não os deixemos. Basta acreditar e concretizar, sendo melhor. E, ontem, o Sporting soube como conseguir ser melhor, tal como há um ano atrás.

Agora é esperar pelo início da tão ansiada nova época! Boa sorte, leões!

publicado por Vânia Caldeira às 17:00

15
Ago 08

 

 

"Voltarei

se entender que o sentimento emana

Só não sei

se como antes minha alma se inflama

 

Meu divã, meu amanhã

Aguardo já o que é da sorte ou do azar

Se o teu brilhar me iluminar

 

Brando, lento, devagar

Voa solto e alto

Para o infinito e nada te alcançar

Rumo ao vento, rumo ao mar

Um destino, um salto

Tudo p'ra sorrir e nada p'ra chorar

 

Voltarei

sempre que quiseres chama por mim

Já não sei

se a história irá ter um fim

 

Meu divã, meu amanhã

Aguardo já o que é da sorte ou do azar

Se o teu brilhar me iluminar

 

Brando, lento, devagar

Voa solto e alto

Para o infinito e nada te alcançar

Rumo ao vento, rumo ao mar

Um destino, um salto

Tudo p'ra sorrir e nada p'ra chorar."

 

Per7ume

publicado por Vânia Caldeira às 23:19
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14
Ago 08

 

Olho-te nessa cama a que me habituei, a que te habituaste... Curioso como as paredes brancas e austeras, os corredores estreitos de um hospital nos podem parecer tão familiares. Como podem ser quase a nossa casa. Como os diversos profissionais de saúde que nele desfilam, médicos dedicados, enfermeiros atarefados ou auxiliares apressados podem ser quase como família ou amigos. Tudo uma questão de hábito. O tempo como motivo.

Passaste aqui demasiado tempo. Os dias arrastam-se e vêem-te morrer lentamente. Obrigam-me a ver-te morrer lentamente, espectadora forçada a este teatro da degradação humana. És cada vez mais incapaz, mais limitada, cada vez menos gente. Queria despedir-me já de ti porque receio que amanhã, quando às 15h como sempre cá voltar, já cá não estejas. Porque vivo e me debato com essa constante incerteza. O medo do que fica por dizer. Mas, sobretudo, a saudade antecipada da tua ausência mãe. Minha mãe. As tardes no hospital repetem-se e, perante a tua imobilidade, o silêncio a que te confinas, eu dedico-me apenas a olhar-te nessa paz enganadora. Reconstruo os nossos momentos de alegria e felicidade. Sim, nesse tempo longínquo em que nos julgávamos inatingíveis. Nessa época em que o nosso amor parecia capaz de tudo, qual barreira protectora que nos distancia de todos os males deste mundo. Recordo-me que quando falávamos uma com a outra, como amigas que sempre fomos, quando nos abríamos verdadeiramente, confessávamos os nossos segredos, revelávamos os nossos pecados (ou seria ao contrário? confessar pecados e revelar segredos parece fazer mais sentido, agora que já nada tem sentido!) todo o restante mundo deixava de existir. Éramos. Nós. As duas, apenas as duas. Mutuamente suficientes. Encontrávamos força uma na outra. Só queria me envolvesses outra vez nesses teus braços, eterno refúgio... e que me fizesses de novo menina, tua princesa.

Hoje, porém, o mais próximo que existe disso é este quarto. Quando fecho a porta deste fúnebre quarto. Ficamos as duas. Sós. Ou nem por isso, já que existe sempre um ou outro paciente temporariamente deixado nas camas ao lado. Um ou outro gemido que interrompe os nossos actuais (cada vez mais curtos e menos frequentes) diálogos. Ou serão monólogos? Quando deixaste de falar? Quando me deixaste a falar sozinha? Não sei, ou não quero saber.

A lei da vida esclarece que "é assim mesmo". Os pais devem gerar os seus filhos, vê-los crescer, criá-los e educá-los, dar-lhe as asas e deixá-los voar. E, depois, no fim, devem partir primeiro que as suas crias. Os mais velhos devem morrer primeiro. E devemos estar preparados para isso. Devemos encontrar outras pessoas na nossa vida, ser felizes ao seu lado, encontrar outros motivos para viver. Encontrei essas pessoas, creio que tive sorte. Porém, com o passar do tempo, ou com o apertar dele (creio que é mais apropriado), angustia-me a certeza derradeira: nada nem ninguém poderá substituir-te. A tua partida deixará uma enorme fenda, uma ferida difícil de sarar. Um vazio. Vácuo. Ausência.

O que me restará? Tentar cobri-lo, tapá-lo, escondê-lo, fazê-lo curar e fechar. Sem sucesso na melhor das hipóteses.

A enfermeira abre de rompante a porta e volta a implicar com o meu (mau) hábito de a fechar. Ignoro-a. Pouco me importa aquilo que diz. Queria que tu dissesses qualquer coisa, mãe. Que fosse teu o ruído que sai da boca daquela farda azul e branca. Queria que fossem tuas as palavras. E não são. Insistem em não ser tuas.

Olho o relógio e percebo que são horas. A visita terminou. Mais uma. Como as outras. Levanto-me do banco que já tem a minha forma, dou-te um longo beijo e dirijo-te um último olhar, para recordar-te eternamente. Saio com a mesma incerteza de todos os dias. E sei que amanhã voltarei, percorrerei os velhos corredores apressadamente até chegar ao teu quarto... abrirei, entre o ansiosa e o hesitante, a porta com medo. Medo de que tu possas simplesmente já não lá estar. Até amanhã, mãe.

 

P.S. Depois de todas as questões levantadas por este post, achei prudente esclarecer que o mesmo não passa de pura ficção (felizmente!), como tantos outros que aqui publico. Agradeço toda a preocupação e apoio que me foram dirigidos (tanto por amigos, como por leitores) e lamento a confusão causada.
Cumprimentos, Vânia Caldeira

publicado por Vânia Caldeira às 12:41

12
Ago 08

 

Não gosto de aeroportos! Apesar do aspecto modernizado e fresco do aeroporto da Portela, sente-se o ar pesado e trágico, bagagem incontornável de qualquer aeroporto.

Quando há alguns anos viajei para Londres, entre outras coisas, recordo o horror com que fiquei dos aeroportos, em nada relacionado com os aviões propriamente ditos (por estranho que possa parecer). Só nessa semana voei em quatro aviões (fizemos escala por terras de "nuestros hermanos") e não me restou da repetida experiência qualquer tipo de aversão, a essas encantadoras máquinas, filhas da ideia de Ícaro. Pelo contrário, adorei andar de avião e pretendo repetir muitas vezes a confortável experiência.

E mais uma vez o problema inicial: os aeroportos. Lembro-me de ter odiado o check-in, com toda aquela burocracia, o necessário tempo de antecedência, e a despedida dos meus pais. Mas o regresso foi particularmente penoso: depois de uma semana fora de casa, demasiado longe para ter o consolo de que se algo corresse mal os meus pais "viriam a correr", com as saudades a apertar, todo o cansaço inerente aos inúmeros passeios para conhecer a belíssima cidade... não aguentava mais a longa espera (pareceu uma eternidade) para poder embarcar. E nova escala em Espanha. E só depois o ansiado Portugal. Nunca tão desejado como nessa altura...

Hoje, mais uma vez, constato como não gosto de aeroportos. Olho em meu redor e predomina a nostalgia antecipada de uma palavra, aquela palavra, que só tem real expressão na maravilhosa língua portuguesa: a saudade.

Tantas pessoas diferentes, pretos e brancos, adultos e crianças, ricos e pobres, homens e mulheres... e um mesmo olhar triste de quem não quer partir. Nos cafés, os amigos e familiares tecem sem jeito as últimas conversas, a tentar esquecer a proximidade do adeus impiedoso, mas sempre em vão. Os namorados apertam-se tentando apreender um último aroma, guardar junto a si o calor da pele do outro, os seus olhares penetram de tal forma um no outro que se isolam, se fecham num mundo só seu... dão os últimos beijos, entre sorrisos tristes e lágrimas incontidas. Na zona das partidas, o ambiente tetricamente fúnebre: esgotaram-se as palavras, reduzidas ao vazio de um silêncio, dominadas por um choro compulsivo e inútil.

Atenta a tudo isto, despeço-me do meu pai, oiço a minha mãe e o meu irmão chorarem desalmadamente, embora lutando contra esse impulso. Aos poucos, vejo-o desaparecer na porta de embarque. Procura ostentar um sorriso de confiança que nos diz "vai tudo correr bem, em breve estou de volta", mas que esconde os mesmos receios e a mesma antecipada saudade. E de novo o silêncio. E o choro da minha mãe (disfarçado, é certo). Não choro, não me apetece, não faz sentido, não gosto. Não gosto de me expôr e muito menos de expôr qualquer fragilidade.

Na mesma porta que engoliu o meu pai, outros vão, outros esboçam sorrisos aflitos, outros choram... Inúmeras pessoas se abraçam, inúmeros homens, mulheres e crianças choram, indiferentes a todos os outros, que vão e vêm, alheios a todo o sofrimento que os envolve e centrados apenas no seu micro-cosmos, nas suas memórias, na sua saudade, na sua dor... Depois, tudo volta ao normal. Nada fez sentido. Ninguém mais deu por nada.

No fim, resta a angústia das muitas palavras que ficaram por dizer, a saudade dos dias felizes, a incerteza e o medo. Resta a distância a separar o que a saudade quer unir.

Detesto aeroportos!

publicado por Vânia Caldeira às 22:24

09
Ago 08

 

Já tenho a Gamebox nas minhas mãos... Alvalade aí vou eu!

 

SPORTING! EU QUERO!

publicado por Vânia Caldeira às 14:41

08
Ago 08
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Song lyrics | Everything lyrics

publicado por Vânia Caldeira às 23:33
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06
Ago 08

 

"Turn Down the light, Turn up the radio.
There’s a fire in your eyes, and its keeping me warm
Hold on to me like it was yesterday,
When we both felt our spirits collide

I remember the moment, being struck down by lightning
Since the first time I saw your face, and you smiled
Come and lay down with me
Fill the space that’s between us
Feel the magic that keeps love alive

This time, can be like the first time
Close your eyes and soon you’ll be there
No man could ever guess what you’re feeling
Turn a spark to a flame,
Make a wish, close your eyes, won’t you start
all over again.

Just like the first time you touched my skin,
All over again
I tasted heaven take me there again,
All over again

Your smile
Your touch,
Your taste,
It turns me on and on and on,
That I fall in love with you,
All over again


Come and step through the stars,
Take a ride though the universe.
As long as we’re here, lets take this whole thing in

What I’m trying to say,
Is that you are so beautiful
Let me say it, all over again.

Coz this time can be like the first time,
Close your eyes, but you’ll soon will be there
No man could ever guess what he’s feeling,

Turn a spark to a flame,
Make a wish, close your eyes, won’t you start
all over again.

Just like the first time you touched my skin,
All over again
I tasted heaven take me there again,
All over again

Your smile,
Your touch,
Your taste,
It turns me on and on and on.
That I fall in love with you,
I keep falling in love, with you.
All over again

All over again
All over again."

 

 

Ronan Keating

publicado por Vânia Caldeira às 09:41
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05
Ago 08

 

Durante estas férias deparei-me, entre as minhas inúmeras leituras, com uma frase que me suscitou particular interesse. Sobretudo, porque me indentifico demasiado com ela:

 

"Sabes que sou como aquelas feministas que se aborrecem quando um homem se levanta para lhes dar o lugar e se aborrece se ele não o faz."

(Maeve Binchy)

publicado por Vânia Caldeira às 09:06
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