Para sonhadores... Deixem-se levar... O blog mudou de cores, mas os sonhos são os mesmos...

14
Nov 06

Os EUA são uma potência mundial... Mas se em termos económicos são um país avançado, no que toca as mentalidades... A pena de morte sempre me indignou. Não concebo a ideia de um país poder decidir sobre a vida de alguém, não aceito a hipótese de uma lei poder matar. Simplesmente não me parece lógico, nem correcto... Nem uma atitude caracterizada pelo Novo Mundo.

Se uma pessoa, neste caso um juiz, pode decidir "matar" alguém, pelos seus crimes... Também a eutanásia deveria ser aceite como legal... Ou seja, também cada um de nós deveria ter uma certa liberdade, a nível legal, de decidir o que fazer com a sua vida.

Lembro-me de um filme em que um homem, de raça negra (como sempre, os mais injustiçados perante a lei), é acusado de ter morto uma funcionária de uma loja, quando se acaba por descobrir que só a tentou ajudar. Apesar de permitir constatar a injustiça a que uma pessoa poder ser submetida, pois só por pouco a pena (e, por sinal, irreversível) não é mesmo aplicada, o filme não é tão marcante... porque acaba bem... Mas podia acabar mal. Se uma pessoa é condenada a 20 anos de cadeia ou mesmo a prisão perpétua... se se descobrir que e inocente... foi um erro, sem dúvida. Mas pode ser corrigido.

Se ela for condenada à morte.... Há uma verdade impossível de repor... Uma vida injustiçada, pelo próprio país, pela própria lei... em vão.

Greenmile.... um dos meus filmes favoritos. Porque final não é feliz... Porque sempre que o vejo estremeço com a imagem de cada execução... Porque evidencia tudo o que pode ocorrer quando a condenação à morte existe... O prisioneiro condenado (também é negro) tem um dom especial... de curar as pessoas, os seus males. E acaba acusado de violar e matar 2 meninas, quando na verdade as tentava ajudar. No fim, morre mesmo. Porque apesar de todos os guardas do corredora da morte perceberem que é inocente e de o levarem mesmo para cuidar de uma mulher com cancro, nada podem fazer. É irreversível.

 Mas há mais... Apesar de a maioria dos guardas daquele corredor ter um sentido de humanidade e respeito pelos condenados bastante acima da média, nem todos são assim. Há um guarda que detesta, desrespeita e goza com todos os prisioneiros e, particularmente, um deles. Nos seus últimos momentos, não se limita a destruir-lhe os sonhos e esperanças, como também, no momento da execução, não molha propositadamente a esponja (que deve ser colocada na cabeça) em água... Resultado: o choque que deveria passar rapidamente para o cérebro e matar o homem em pouco tempo; acaba por demorar muito mais: ouvem-se os prolongados e conscientes gritos de dor do homem, o seu corpo arde, as pessoas chocam-se...

Saddam fez coisas indiscutivelmente horríveis... Mas condená-lo à morte é tão cruelmente semelhante aos actos que  próprio cometeu.... Peço desculpa, mas simplesmente não compreendo.

publicado por Vânia Caldeira às 23:16
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